A presidente Dilma Rousseff destacou o esforço de reaproximação que o Brasil tem empreendido em direção ao Paraguai, desde que o presidente Horacio Cartes assumiu o cargo. Ao lado do colega paraguaio, que está em visita oficial ao Brasil, Dilma lembrou, nesta segunda-feira, 30, que, desde a sua posse, em agosto deste ano, já foram realizadas três reuniões bilaterais, em encontros que tiveram como cenário as tratativas para o retorno do país ao Mercosul, após mais de um ano suspenso.

Continua depois da publicidade

– A frequência dos encontros mostra o desejo de aprofundar a parceria dos dois países – disse Dilma, em rápido pronunciamento, destacando que as duas nações estão unidas nas áreas sociais, econômicas e energéticas.

A presidente também destacou, no encontro bilateral que manteve com o colega paraguaio Horacio Cartes, em Brasília, a integração logística:

– Disse ao presidente Cartes da nossa expectativa de iniciar, em breve, a segunda ponte do rio Paraná, entre Foz do Iguaçu (Brasil) e Presidente Franco (Paraguai) – afirmou Dilma, acrescentando que a obra será mais um elo entre os dois países e será importante para o escoamento das exportações daquele país. Segundo Dilma, essa integração passa por hidrovias, ferrovias e rodovias.

– Eu acredito que é muito importante que nós tenhamos estabelecido uma cooperação na área ferroviária. Num momento em que o Brasil dá seus passos no sentido de construir uma estrutura ferroviária – afirmou Dilma.

Continua depois da publicidade

A presidente voltou a destacar que os países desenvolvidos construíram suas malhas ferroviárias no final do século XIX e no início do XXI e que o Brasil está estabelecendo a sua no início do século XXI. “ê claro que o Brasil está atrasado na construção de sua malha ferroviária”, concluiu. Em seguida, Dilma Rousseff também disse ser importante um grande impulso na integração fronteiriça. “ê muito importante olhar para a fronteira com cuidado especial”, concluiu.

Além disso, ela falou da especial satisfação em receber o presidente paraguaio em sua primeira visita oficial ao Brasil:

– O momento é de retomar com intensidade do diálogo bilateral – destacou Dilma, que reservou parte de seu discurso para falar do setor energético, ao ressaltar que Brasil e Paraguai dividem a maior usina hidrelétrica do mundo em produção: a Itaipu binacional.

Na reunião que manteve com Cartes, Dilma disse ter recebido informações de que a linha de transmissão que ligará a hidrelétrica aos arredores de Assunção levará mais energia aos arredores daquela cidade.

Continua depois da publicidade

Segundo Dilma, Cartes informou que a obra deverá estar concluída em novembro e que ela será importante para atrair investimentos ao Paraguai e para a integração das cadeias produtivas dos dois países:

– Com isso, ganha o Paraguai e ganha o Brasil.

No encontro de hoje, os dois mandatários voltaram a discutir, entre outros temas, o retorno do Paraguai ao Mercosul. O país esteve suspenso do bloco entre o final de junho de 2012 e julho deste ano, devido ao impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, considerado pelos demais membros como uma ruptura democrática.

Além da integração regional, a reunião entre Dilma e Cartes também tem outros temas, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, como desenvolvimento fronteiriço, comércio, infraestrutura e combate à pobreza. No ano passado, as relações comerciais entre Brasil e Paraguai foram da ordem de US$ 3,6 bilhões e as importações de produtos paraguaios cresceram 38%, na comparação com o ano anterior.

No encontro também foram discutidas questões sociais. De acordo com Dilma, que citou programas de combate à pobreza do Brasil e do Paraguai, os dois países caminham na direção da redução das desigualdades.

Continua depois da publicidade

– Os programas mostram que estamos num caminho comum na questão de se reduzir a desigualdade dos nossos países. Agora, nós podemos, através dessa parceria, construir um caminho novo- concluiu.

A presidente também fez um agradecimento público a Cartes pelo tratamento dispensado por Assunção à comunidade brasileira que vive no país.

– Nos últimos quatro anos, quase 15 mil brasileiros foram beneficiados pelo programa de regularização migratória – afirmou Dilma, emendando que o Brasil está agradecido por esse “tratamento civilizado”. Em seguida, Dilma Rousseff disse que conversou com Cartes sobre maneiras de incrementar o comércio bilateral do Brasil com o Paraguai, com ênfase para o fortalecimento das exportações na nação vizinha. Nesse sentido, ela citou duas feiras empresariais agendadas: a exposição Brasil-Paraguai em Assunção e a Semana do Paraguai na Fiesp, que devem ajudar na identificação de novos negócios.

Após o almoço no Itamaraty, o presidente paraguaio também visitará os chefes dos demais Poderes da República, indo ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal. A presidenta Dilma se reunirá, às 15h, com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

Continua depois da publicidade