Em meio à crise política que vive no início de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff teve de lidar com protestos e vaias durante o desfile de 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Logo no início das comemorações, manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) atearam fogo a pneus numa rua próxima ao local do evento. Bonecos representando o ex-presidente Lula com roupa de presidiário, o já conhecido Pixuleko, e a presidente Dilma com nariz de Pinóquio, manchas de lama e faixa presidencial rasgada – apelidado de Pixuleca, foram erguidos em locais próximos.
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Com a presença do vice-presidente Michel Temer e diversos ministros, a celebração da Independência começou por volta das 8h45min. A menos de 2km do local em que a presidente desfilava em carro aberto, o boneco do ex-presidente Lula vestido de presidiário era erguido por manifestantes. Quase ao mesmo tempo, um protesto por moradia popular queimava pneus ali perto. Quando a presidente começou seu discurso, foi alvo de vaias – logo respondidas com aplausos e gritos de “no meu país, eu boto fé, porque meu país é governado por mulher”, segundo o jornal Correio Braziliense.
Boneco representando a presidente Dilma foi erguido em local próximo ao desfile
(Foto: Renata Colombo / Rádio Gaúcha)
Pouco tempo depois, um boneco representando a presidente Dilma também foi erguido próximo à Esplanada. De acordo com o Correio Braziliense, o produto custou cerca de R$ 13,5 mil e foi fabricado por organizadores do movimento Brasil. Ele tem mais de 13 metros e mostra a presidente com manchas de lama, nariz de Pinóquio e a faixa presidencial rasgada. Às 9h30min, o fogo dos pneus já havia sido controlado pelos bombeiros. Os dois bonecos – que representavam Lula e Dilma – acabaram sendo rasgados e murcharam.
A área reservada para a população que quer acompanhar o desfile foi diminuída e separada por tapumes metálicos. Manifestantes bateram na estrutura com colheres, algo semelhante aos panelaços promovidos durante os discursos televisionados da presidente – o protesto foi apelidado de “colheraço”. Os muros também foram pichados com as palavras “muro da vergonha”, “intervenção militar já” e “art. 142 e 144 C.F.” (em referência aos artigos da Constituição que tratam das forças armadas e da segurança nacional). Ao fim dos desfiles, parte do murro foi derrubado por manifestantes, que tiveram de ser contidos pela polícia.
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Por volta das 10h20min, duas pessoas tentaram invadir o local do desfile e foram contidos por cerca de 10 policiais. De acordo com a Polícia Militar, são 25 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios – seriam quase 200 manifestantes pró-Dilma e mil contra, diz a PM. Às 11h, carros de som se agrupavam perto do Museu da República e reproduziam mensagens de protesto contra o governo. Por volta das 11h30min, a polícia fez cordão de isolamento no entorno do Congresso, enquanto os manifestantes se aglomeravam ao redor dos bonecos.