A presidente Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira, que o Brasil não conseguirá retomar o crescimento se os demais países da América Latina não se recuperarem. Em reunião de trabalho, em Quito, com o presidente do Equador, Rafael Correa, Dilma afirmou ser preciso “harmonizar as diferenças” para que as nações da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) saiam da crise em conjunto.

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— Não haverá uma América Latina forte, e nós temos consciência de que o Brasil não retoma sua capacidade de crescer (¿), não consegue restabelecer suas condições sustentáveis de crescimento, nesse novo contexto internacional, sem o crescimento dos demais países da América Latina, sem que eles também tenham condição de se recuperar — disse a presidente a Correa, ao pregar a unidade do bloco.

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Dilma assinalou que a integração econômica é “crucial e estratégica” para os 33 países que compõem a Celac.

— Enfrentamos uma situação bastante adversa no cenário internacional, com queda do preço do petróleo e das demais commodities. E assistimos a uma desaceleração da segunda maior economia — argumentou ela, em uma referência à China.

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Dilma mencionou que a forte valorização do dólar afeta as economias da região.

— Nós tivemos uma desvalorização significativa na metade do primeiro governo: o dólar correspondia a R$ 1,50. Hoje, está um dólar para R$ 4 — afirmou.

— Nós iremos enfrentar essa conjuntura. Mas é claro que isso só pode ser feito se todos os países tiverem condição também de se adaptar — acrescentou.

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Sem mencionar a crise que atinge a Venezuela, Dilma citou um tema que fará parte da declaração política da Celac: a democracia.

— Somos países que respeitamos a democracia, respeitamos os direitos humanos e sabemos que isso é um valor fundamental — insistiu.

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Na conversa com Correa, Dilma também elogiou a Agenda 2020 proposta pelo colega equatoriano, com metas para a redução da pobreza e da desigualdade, educação e mudanças climáticas.

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No entanto, pouco antes, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que essa agenda não era consenso na Celac.

— Já existe uma agenda 2030 das Nações Unidas. Então, não faz sentido criar uma nova, com padrões próprios e mecanismos específicos para a região — mencionou.

— Vamos aproveitar o que já existe e trazer para o nosso convívio — relatou.

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