A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira, em Cannes, na França, que o Brasil está disposto a contribuir com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na busca de uma solução para a crise mundial. Durante almoço que marcou o início da reunião dos líderes do G-20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, Dilma voltou a cobrar ações mais rápidas dos países desenvolvidos, que, segundo ela, precisam agir com mais liderança, visão clara e rapidez.

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Durante o almoço, Dilma pediu mais detalhes do pacote europeu contra a crise e se mostrou preocupada com a possibilidade de que os problemas enfrentados naquela região comecem a “respingar” nos países em desenvolvimento.

A presidente também destacou a experiência brasileira de valorização do mercado interno para enfrentar os efeitos da crise de 2008.

– A inclusão de 40 milhões de pessoas na classe média foi não somente uma imposição moral, mas também uma questão de enfrentamento econômico – afirmou Dilma em Cannes.

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De acordo com o Blog do Planalto, Dilma Rousseff manifestou apoio à criação de um piso único de renda como medida de proteção mundial, tese defendida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

– Tem efeito inequívoco contra a crise. O Brasil não irá se opor a uma taxa financeira mundial, se isso for um consenso entre os países a favor da ampliação dos investimentos sociais – disse a presidente.

Dilma voltou a condenar a guerra cambial praticada por alguns países e a defender a retomada da Rodada Doha, ciclo de discussões cujo principal objetivo é destravar as barreiras do comércio internacional.

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– É conhecido por todos o empenho do Brasil na retomada da Rodada Doha. Mas é preciso dizer também que a atual crise econômica provocou problemas cambiais e a ampliação de liquidez que afeta muitos países, como o Brasil. A Conferência da OMC [Organização Mundial do Comércio] em dezembro deve ser oportunidade para retomar nosso compromisso de Doha, assim como discutir a questão cambial e as questões de segurança alimentar, incluindo subsídios agrícolas – disse a presidente.