Depois de se reunir com os representantes do G-4, que inclui também Alemanha, Índia e Japão, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender uma ampla reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse também será um dos temas que a presidente abordará em seu discurso na abertura da 70ª Assembleia Geral da ONU.

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– Nós precisamos de um conselho que reflita adequadamente a nova correlação de forças mundial – declarou a presidente, ao dizer que buscará apoio da Rússia e China, que têm assento no conselho, mas que são emergentes como o Brasil, para avançar na ampliação da representatividade do órgão.

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A presidente Dilma afirmou que existem “problemas graves” no Conselho e que o aniversário de 70 anos da Assembleia Geral da ONU é um “momento simbólico” para que a discussão seja reaberta. O G-4, no entanto, tem se mostrado um fracasso ao longo dos anos e nem mesmo uma reunião entre os presidentes dos quatro países que querem assento no órgão se realizava desde 2004.

O encontro deste sábado não significa que ocorrerão avanços porque há disputas entre os países membros, e muitos dos atuais integrantes querem evitar a inclusão de outros com problemas em suas relações, como é o caso de Japão e China. Dilma, no entanto, se mostrou otimista:

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– O que nos torna otimista é que temos tido contato com vários outros países que também pleiteiam essa transformação – disse.

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Atualmente, o órgão conta com cinco integrantes fixos: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, além de outros 10 países que são rotativos e mudam a cada dois anos. Dilma falou da importância do Brasil estar no conselho, assim como países da África.

Ao defender a inclusão dos quatro países do G-4 no conselho, Dilma lembrou que eles representam um terço da população mundial e um quarto do PIB do mundo. Além disso, o grupo foi ampliado pela última vez, de 11 para 15 membros, em 1963. Existem propostas de aumentar o conselho para até 25 representantes.

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– A representação com esses quatro países traria mais representatividade nas ações do conselho – comentou a presidente.

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– Precisamos de um Conselho de Segurança representativo, legítimo e eficaz. Reafirmo nessas palavras iniciais o firme compromisso do Brasil com o G4, com o nosso objetivo comum de fortalecer o sistema multilateral de paz e segurança – acrescentou.

“O Brasil é um país de refugiados”, diz presidente

Para Dilma, o conselho tem que discutir “de forma consensual” assuntos que não tiveram encontrado “a devida atenção”.

– O Conselho de Segurança teria que buscar soluções que resolvam conflitos que se espalham no mundo – comentou ela, ao lembrar que atualmente há desafios, como terrorismo e conflitos armados regionais, que criam o outro problema dos refugiados, referindo-se à Síria e ao Haiti.

– Esse é um problema dramático – declarou, citando, em seguida, a foto do garoto refugiado que foi encontrado morto na praia durante fuga de sua família da Síria.

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– Você abre a caixa de Pandora com a guerra e, depois, dentro dela, não sabe o que tem dentro. Ao abrí-la, você tem consequências perigosas – observou.

No dia anterior, a presidente Dilma havia elogiado a fala do Papa Francisco na ONU, já que o pontífice também defendeu reformulação do órgão. Dilma avisou que o Brasil está “de braços abertos” para receber refugiados e lembrou que o seu pai foi um deles, quando saiu da Hungria e foi para o Brasil.

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– O Brasil é um país de refugiados. Meu pai era refugiado da segunda guerra mundial – comentou ela, ao lembrar que o Brasil já tem uma população muita expressiva que saiu da Síria

– É importante que o Brasil não tenha uma política que seja xenófoba, que seja preconceituosa – mencionou.

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