Depois dos sinais de aumento no risco de abastecimento de energia, a presidente Dilma Rousseff convocou, para próxima quarta-feira, uma reunião de emergência com os principais orgãos do setor de energia do país. Na pauta do encontro, que ocorre em Brasília, está o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. Além da preocupação imediata, o governo teme que a situação se mantenha ao longo deste ano, pressionando todo o setor no último trimestre e no início de 2014.
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Oficialmente, estarão presentes os integrantes do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), que é presidido pelo ministro das Minas e Energia e é convocado, por exemplo, quando há apagões de grandes proporções, como ocorreu mais de uma vez em 2012. Participarão também a Agência Nacional de Energia Elétrica Aneel (Aneel), a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ildo Grüdtner, descartou o risco de apagão apesar do baixo nível dos reservatórios de hidrelétricas.
– Não tem risco de apagão. Nós, estruturalmente, estamos em equilíbrio. É claro que nós estamos passando por um período em que os reservatórios estão baixos, mas não há esse perigo – afirmou.
De acordo com o secretário, já foram acionadas praticamente todas as usinas térmicas no Brasil, recurso utilizado quando os níveis de reservatórios de água estão baixos. A expectativa de Grüdtner é que o nível dos reservatórios seja recuperado com o período de chuvas, mais forte nesta época do ano.
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No caso da usina termelétrica de Uruguaiana, que retomará as atividades na próxima semana, depois de quase quatro anos parada, Grüdtner explica que o objetivo principal não é dar suporte energético, mas elétrico. Isso significa que, para o sistema interligado, é mais importante a localização da usina do que a quantidade de energia que vai agregar.
– É importante ter redes e usinas em determinados lugares para que o sistema funcione bem. Já que o Rio Grande do Sul fica no extremo do país, há aqui maior necessidade de suporte de tensão para funcionamento e atendimento à carga que recebemos – disse.
O secretário antecipou também que é provável que a usina funcione de forma compartilhada: um período irá atender o Brasil e, em outro, a Argentina.