A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o Brasil, com uma das maiores reservas de dólar do mundo, tem “bala na agulha” para enfrentar o processo de desvalorização cambial que está em curso. Segundo ela, a alta da moeda norte-americana independe da política monetária do país e é fruto da “globalização financeira”.

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– Estamos dentro dos seis países com maior volume de reservas do mundo. É como se tivéssemos um colchão. Temos US$ 372 bilhões de dólares de reserva – disse Dilma nesta manhã a rádios de Belo Horizonte, onde esteve ontem.

– Temos bala na agulha para encarar esse processo que ocorre internacionalmente, que independe das decisões de política econômica, e é fruto dessa globalização financeira que impera do mundo – acrescentou.

A presidente disse que a intensa valorização recente do dólar é consequência da mudança de política do Fed (o Banco Central norte-americano), que colocou trilhões de dólares no mercado e decidiu reduzir a compra de títulos.

– Só isso provocou em todo o mundo uma violenta desvalorização cambial porque o título do tesouro americano, que é a aplicação mais segura do mundo, começou a ter aumento de juros. Então as pessoas começaram a apostar.

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Dilma disse que as reservas brasileiras permitem ao Brasil se proteger melhor dos impactos da valorização do dólar e sofrer menos do que outras economias. Segundo ela, o governo atua para evitar grandes variações.

– Nossa política é de dólar flexível. Nós não temos um dólar alvo. Entramos no mercado para atenuar essas flutuações, para não deixar que elas sejam abruptas ou criem qualquer processo de pânico.

Durante a entrevista, a presidenta defendeu a economia brasileira, dizendo que ela mantém o crescimento, com inflação em processo menos agressivo do que esteve recentemente. Ela elogiou também a situação do mercado de trabalho no país, com baixa taxa de desemprego e a situação fiscal sob controle, com dívida líquida em 34,5% do PIB.