Depois de discursar por 46 minutos, Dilma Rousseff passou quase duas horas e meia ouvindo e respondendo a questões levantadas pelos senadores na manhã desta segunda-feira. Na arguição contra o que disse o sétimo parlamentar a usar a palavra foi que a presidente afastada mudou o tom de voz.

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Aloysio Nunes Ferreira (PSBD-SP) acusou a petista de cometer crimes de responsabilidade “de caso pensado”. O tucano questionou ainda por que Dilma faz uso da palavra “golpe” se ela tem tido direito à defesa.

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Ele perguntou por quais motivos Dilma não recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao MP em relação ao impeachment, mas sim a um órgão internacional, no caso a ONU.

— Você, ao contrário de Jango (no golpe de 1964), tem a recorrer — disse Aloysio.

Dilma responde que ela recorre de acordo com a Constituição.

— Ela (a Constitutição) determina que são vocês quem tem que me julgar. A hora que julgarem e condenarem uma presidente inocente é um golpe. Não acabei de tratar o assunto aqui. Por que não recorri ao Supremo? Ora, porque vocês ainda não votaram — respondeu acidamente Dilma. — Esse processo fundamentalmente passa pelos senadores e senadoras. Estou aqui a respeitá-los os respondendo.

Confira a íntegra do discurso de Dilma no Senado

Dilma respondeu que prefere se ater ao que está sendo discutido no processo de impeachment e fala de políticas de sua gestão para tentar combater a crise.

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Assim como o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), Lasier Martins (PDT-RS) fez perguntas sobre supostos crimes de responsabilidade. O senador gaúcho questionou se Dilma não foi alertada sobre problemas em decretos e outras questões fiscais.

— Não é possível que não tenha visto a gravidade da roubalheira da Petrobrás — disse Lasier.

Dilma afirmou que já está repetindo respostas, mas colocou os óculos e leu um trecho da Constituição que trata sobre decretos de créditos suplementares em resposta ao senador.

— Não é o presidente da República o responsável pelo Plano Safra. É uma lei, aprovada pelo Congresso — disse ela. — Constituição proíbe créditos suplementares desde que não haja autorização legislativa. Ocorre que a LOA 2015 é uma autorização legislativa. Autoriza e diz em que condições.

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Logo em seguida, a sessão foi suspensa por uma hora para almoço e será retomada as 14h, iniciando com a fala de Aécio Neves.

Veja quem são os senadores inscritos a falar:

1. Senadora Kátia Abreu

2. Senadora Ana Amélia

3. Senador Ricardo Ferraço

4. Senador Roberto Requião

5. Senador Antonio Anastasia

6. Senadora Simone Tebet

7. Senador Aloysio Nunes Ferreira

8. Senador José Medeiros

9. Senador Paulo Bauer

10. Senador Lasier Martins

11. Senador Aécio Neves

12. Senador Ronaldo Caiado

13. Senadora Lídice da Mata

14. Senador Magno Malta

15. Senador Hélio José

16. Senadora Vanessa Grazziotin

17. Senador Cássio Cunha Lima

18. Senador Cidinho Santos

19. Senador Armando Monteiro

20. Senador Eduardo Amorim

21. Senador Acir Gurgacz

22. Senadora Gleisi Hoffmann

23. Senador Paulo Paim

24. Senador José Aníbal

25. Senador Ataídes Oliveira

26. Senador Alvaro Dias

27. Senador Lindbergh Farias

28. Senador Tasso Jereissati

29. Senador Roberto Rocha

30. Senadora Regina Sousa

31. Senador Humberto Costa

32. Senador Jorge Viana

33. Senadora Lúcia Vânia

34. Senadora Angela Portela

35. Senador Reguffe

36. Senador José Agripino

37. Senador Randolfe Rodrigues

38. Senador Flexa Ribeiro

39. Senador José Pimentel

40. Senador Paulo Rocha

41. Senadora Fátima Bezerra

42. Senador Cristovam Buarque

43. Senador João Capiberibe

44. Senador Waldemir Moka

45. Senadora Rose de Freitas

46. Senador Dalirio Beber

47. Senador Telmário Mota

48. Senador Sérgio Petecão

49. Senador Zeze Perrella