A presidente Dilma Rousseff afirmou, neste sábado, em Milão, na Itália, que não há rebelião no Congresso Nacional, mas evitou responder se as derrotas sofridas na Câmara dos Deputados podem passar a acontecer agora também no Senado.

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As dúvidas sobre a capacidade do governo de manter a articulação política e garantir o apoio de sua base de sustentação aumentaram na quarta-feira, quando os senadores contrariaram o interesse do Palácio do Planalto e aprovaram a extensão da política de reajuste do salário mínimo também às aposentadorias e pensões. O placar da votação, de 34 votos a favor, e 25 contra, despertou a preocupação no governo de que a instabilidade que predomina na Câmara possa agora se instalar em definitivo no Senado.

Questionada sobre o assunto em Milão, onde visitou o estande brasileiro da Exposição Universal, Dilma Rousseff diz não ver rebelião em sua base de sustentação.

– Eu não chamo de rebelião votação no Congresso em que há divergências. A gente perde umas e ganha outras. Se a gente for fazer um balanço, nós mais ganhamos do que perdemos. Eu não concordo que haja uma rebelião – afirmou.

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Ao lado de Dilma, premiê italiano pede solução para “questões difíceis”

A presidente usou o exemplo dos Estados Unidos para ilustrar seu raciocínio. No entanto, em Washington, a administração de Barack Obama não tem a maioria nem no equivalente americano da Câmara dos Deputados, nem no Senado.

– Nos mais democráticos é que se torna mais complexa a aprovação. Nos mais democráticos, onde há liberdade de opinião, onde há uma ampla manifestação de opiniões, como é o caso dos Estados Unidos – disse.

Dilma ainda afirmou que não tem a intenção de reduzir a meta de superávit primário, como vem sendo estudado pelo Ministério do Planejamento. A proposta de criação de uma banda de flutuação está em estudo pelo governo, segundo admitiu, e a decisão ainda não foi tomada. Mas “esforços” serão feitos para manter o objetivo de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Pela proposta do Ministério do Planejamento, a banda teria meio ponto porcentual de flutuação, ou seja, poderia ir de 0,6% a 1,6%. A presidente deixou claro que os estudos realizados a esse respeito ainda não são conclusivos.

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