A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota, nesta terça-feira, rechaçando o envolvimento da presidente Dilma Rousseff no que chamou de ações pessoais do ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

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“A presidenta da República, Dilma Rousseff, repudia com veemência e indignação a tentativa de envolvimento do seu nome na iniciativa pessoal do ministro Aloizio Mercadante, no episódio relativo à divulgação, feita no dia de hoje, pela revista Veja”, diz o texto.

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O acordo de delação premiada do senador Delcídio Amaral, homologado na segunda-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgado nesta terça-feira no site da Corte, informou que Mercadante prometeu dinheiro e ajuda para que Delcídio deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado. Além disso, segundo a delação, Delcídio afirmou acreditar que o ministro agia como emissário da presidente Dilma. De acordo com o ex-líder do governo no Senado, Mercadante era um dos poucos que possuíam a confiança da presidente, e que teria dito que “se ela tiver que descer a rampa do Planalto sozinha, eu descerei ao lado dela”.

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Em coletiva de imprensa nesta terça-feira, Mercadante enfatizou que sua conversa com o assessor do senador Delcídio Amaral, José Eduardo Marzagão, teve caráter estritamente pessoal e não foi feita com o conhecimento da presidente Dilma.

– A presidente não tem nenhuma responsabilidade. A responsabilidade é inteiramente minha – disse.

A orientação para que Mercadante desse uma coletiva de imprensa partiu da presidente Dilma, que chamou o ministro para uma reunião mais cedo no Palácio do Planalto na qual cobrou explicações sobre as notícias da delação do senador.

Em conversas reservadas, auxiliares da presidente dizem que a notícia divulgada pelo site da Veja, envolvendo Mercadante, deixou o Planalto sob alerta. A delação de Delcídio foi considerada “explosiva” por dois ministros ouvidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Na avaliação de interlocutores de Dilma, a crise política se agrava dia após dia e o governo está tão fragilizado que todas as denúncias, sejam elas verdadeiras ou não, esquentam ainda mais o processo de impeachment. A presidente também se reuniu nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, com os ministros Jaques Wagner (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União) e com o assessor especial Giles Azevedo.