Em meio à indisposição entre Brasil e Estados Unidos, rescaldo do recente escândalo de espionagem política e industrial, a presidente Dilma Rousseff abre na manhã desta terça-feira a Assembleia Geral das Nações Unidos, em Nova York. No discurso, a presidente deve fazer um apelo a favor do respeito à privacidade dos cidadãos e à soberania dos países. A questão síria e o cumprimento do acordado na Rio + 20 também deverão ser destacados por Dilma.
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Desde a criação da ONU, é tradição que o chefe de Estado brasileiro seja sempre o primeiro a discursar na abertura da assembleia. O país foi o primeiro a virar membro das Nações Unidas após a Segunda Guerra Mundial.
Na abertura, o secretário-geral da instituição, Ban Ki-moon, destacou a importância da reunião:
– Não estamos aqui para preservar o status quo, mas para discuti-lo.
Depois de abordar questões de sustentabilidade e compromissos ambientais, Ban frisou a necessidade de se resolver a questão síria e fez um apelo para a comunidade reunida:
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– Não podemos nos sentir satisfeitos com a destruição das armas químicas enquanto uma guerra mais ampla está destruindo a Síria. Uma geração perdida de jovens agora enche os campos de refugiados. Genebra 2 deve acontecer o mais rápido possível, para que se termine a violência e o sofrimento do povo sírio.
E admitiu uma “falha sistêmica” na repressão ao regime de Bashar al-Assad, ao afirmar que os países membros das Nações Unidas não apoiaram medidas contra a Síria e que a própria organização não teve os meios para agir contra o genocídio que já vitimou mais de 110 mil pessoas. Após o mea culpa, instou os países membros a fortalecerem a ONU:
– Vamos fortalecer as Nações Unidas para serem mais do que um primeiro-socorro ou um último recurso.