Compreender que todos são personagens importantes na fiscalização da principal engrenagem do processo democrático é realmente o primeiro passo para que a escolha dos representantes seja cada vez mais transparente.

Continua depois da publicidade

Notória fonte de irregularidades nas disputas eleitorais brasileiras, infelizmente a história recente da República mostra isso, o financiamento das campanhas é a questão central da providencial campanha lançada ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC). O objetivo principal da iniciativa é envolver toda a sociedade na missão de garantir eleições limpas, pautadas no cumprimento da lei e da ética no que envolve a doação de recursos para os candidatos.

Compreender que todos são personagens importantes na fiscalização da principal engrenagem do processo democrático – a votação direta para o Legislativo e Executivo – é realmente o primeiro passo para fazer com que a escolha dos representantes da população seja cada vez mais transparente. Dentro desse contexto, o TRE catarinense acerta em cheio ao preconizar que cada cidadão é também responsável pelo combate à corrupção.

É certo que cabe ao aparato institucional – Ministério Público Eleitoral e Justiça Eleitoral – a punição de eventuais deslizes de candidatos e partidos nas disputas, mas também é evidente que o aumento da conscientização da população tende a inibir eleições suspeitas. Esse caminho fortalece, sem dúvida, a democracia do país à medida que confere credibilidade crescente a todo o processo, sustentado pelas contribuições de doadores privados – pessoas físicas ou empresas. Um dos motes da ação deflagrada no Estado é justamente levar informações claras a quem ajuda financeiramente algum candidato ou a quem atua como fornecedor de serviços ou material de campanha para facilitar o cumprimento de todas as regras e atacar, de forma ainda mais forte, o famigerado caixa dois.

É essencial que as disputas não sejam maculadas por contribuições ilegais ou doações feitas por baixo do pano, o que compromete também a legitimidade dos mandatos conquistados nas urnas. Na primeira eleição geral sob o manto da Lei da Ficha Limpa, é fundamental o engajamento generalizado da sociedade, incluindo aí os próprios partidos que subscrevem as nominatas, nesta grande força-tarefa de monitoramento de todos os passos da disputa para combater a corrupção. Todos ganham com isso.

Continua depois da publicidade