O daltonismo ou dicomatropsia é uma doença que provoca a confusão na percepção das cores, principalmente entre o verde e o vermelho. Trata-se de uma condição transmitida geneticamente num padrão recessivo, mas pode também surgir devido a outras causas, como por exemplo lesões no olho ou no cérebro.

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O distúrbio, que era desconhecido até ao século 18, recebeu esse nome em homenagem ao químico John Dalton, primeiro cientista a estudar a anomalia de que ele mesmo era portador. Uma vez que esse problema está geneticamente ligado ao cromossomo X, acaba sendo de ocorrência muito mais comum entre os homens.

Os portadores do gene anômalo apresentam dificuldade na visualização de determinadas cores, como o verde e o vermelho, o que causa distorções na visualização de diversas cores do espectro. Isso ocorre devido ao mau funcionamento dos cones existentes na retina, dando uma percepção incorreta de certas cores.

O tipo mais comum de daltonismo é aquele em que a pessoa não distingue o vermelho do verde. Aquilo que, para uma pessoa é normal, é verde ou vermelho, para esse daltônico é cinzento em várias tonalidades. O motorista com esse tipo de daltonismo pode contornar o problema de distinguir as luzes do semáforo observando suas posições, pois pelas cores não é possível.

Em número menor, existem daltônicos que confundem o azul e o amarelo. Outro tipo raro é aquele em que as pessoas só enxergam preto, branco e cinzento.

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Problemas para dirigir

Uma das principais dificuldades para quem tem o problema é depender de outros para andar de carro. No Brasil, uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) de 2008, determina que os candidatos à direção de veículos devem ser capazes de identificar as cores verde, amarela e vermelha: ou seja, em alguns casos, estão impedidos de tirar carteira de habilitação.

Porém, em algumas cidades, como São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) instalou faixas refletivas brancas nos semáforos para facilitar a diferenciação das cores. O ajuste, simples e de baixo custo, não tem previsão de implementação em Porto Alegre.

Assim como qualquer pessoa, os daltônicos devem fazer todos os exames como o psicotécnico e o de vista para se tirar a carteira.

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 4.937/09, do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que altera os formatos das lentes de semáforos para beneficiar os daltônicos. Segundo a proposta, as com foco vermelho serão quadradas, as amarelas, triangulares e as verdes, circulares. Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro determina que todas as lentes sejam circulares.

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Diagnóstico

Existem dois métodos para identificar o daltonismo. Um deles é aplicado para identificar o defeito congênito e, o outro, para o adquirido. Para diagnosticar o congênito, o Método de Ishihara é a mais utilizada. Este procedimento consiste na exibição de uma série de 32 cartões coloridos, cada um contendo vários círculos de cores ligeiramente diferentes. O número de acertos pode variar conforme o grau e o tipo de daltonismo. Para diagnosticar o daltonismo adquirido, a técnica mais utilizada é mais complexa.