Hemorroidas são bastante comuns e causam desconforto para quem sofre da doença. No entanto, uma dieta balanceada pode contribuir na prevenção. É preciso adotar uma dieta rica em fibras para prevenir as hemorroidas em desenvolvimento e, especialmente, para impedi-las de serem recorrentes.
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– Hemorroidas são muito comuns. E principalmente devido à dieta ocidental contemporânea, repleta de alimentos processados, onde a fibra solúvel é removida e substituída por sal e açúcar – observa Gabor.
– As mulheres devem ingerir 25 gramas de fibra solúvel por dia, enquanto os homens precisam de 35 gramas. Os norte-americanos, em média, ingerem apenas cerca de 10 a 12 gramas por dia. Por isso, é muito importante aumentar a quantidade de fibras na dieta – diz o médico.
Na África, as hemorroidas são praticamente desconhecidas entre as pessoas que comem alimentos ricos em fibras tradicionais, embora isso esteja começando a mudar à medida que mais africanos adotam uma dieta ocidental.
– Hemorroidas são aglomerados de tecido contendo pequenas veias e artérias que tornaram-se inchados e inflamados. Elas podem ser internas, localizada no interior do reto, ou externas, desenvolvendo-se sob a pele ao redor do ânus e, muitas vezes, grandes o suficiente para se pendurarem para baixo – explica o cirurgião Silvio Gabor.
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As hemorroidas internas geralmente não são dolorosas, mas estão muitas vezes associadas a outras condições. A condição mais comum é a fissura.
– Uma fissura é uma pequena ferida no revestimento do canal anal que pode ser aberta pela passagem de fezes durante a evacuação, o que torna a condição dolorosa, sujeita a sangramentos e coceira – explica o médico.
Segundo o médico, quando as próprias hemorroidas são doloridas, elas contêm coágulos de sangue.
Hemorroidas podem resultar de esforço durante as evacuações ou do aumento da pressão sobre os vasos sanguíneos, durante a gravidez, por exemplo. Muitas vezes existe um componente genético.
– Além do constrangimento público, o paciente com hemorroida está quase sempre incomodado. Primeiro, ele tem a sensação que há algo errado o tempo todo. Em segundo lugar, a hemorroida coça, e em terceiro lugar, o paciente pode estar sangrando sem saber, o que pode ser muito angustiante. E, além de sangue, pode haver também o vazamento de fezes e muco – explica o cirurgião.
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Casos de hemorroidas não são raros, pelo menos metade das pessoas com mais de 50 anos são afetadas pelo crescimento dessas veias e artérias. Em cerca de 8% da população com hemorroidas, elas são reincidentes, apesar do tratamento.
Certos fatores e o estilo de vida podem contribuir para o desenvolvimento de hemorroidas ou agravá-las.
– Tudo o que aumenta a pressão intra-abdominal: obesidade, gravidez, halterofilismo, andar muito de bicicleta e até mesmo jogar golfe pode desencadear a doença – explica o médico.
E os homens e as mulheres são igualmente afetados. A percepção comum é que as mulheres são mais afetadas pelas hemorroidas devido à gravidez, mas na verdade isso não é verdade. O que acontece é que elas geralmente desenvolvem a doença mais cedo como resultado da gravidez. Elas desenvolvem hemorroidas três ou quatro anos antes do que normalmente desenvolveriam.
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Para algumas pessoas, as hemorroidas provocam apenas um leve desconforto e podem ser tratadas com pomadas, supositórios ou almofadas que contêm ingredientes como hamamélis ou hidrocortisona, que podem aliviar a dor e coceira. Mas segundo Gabor, se as hemorroidas persistentemente sangram ou são dolorosas, elas precisam ser removidas.
Além de medicamentos como pomadas e supositórios, a hemorroida também pode ser tratada com uma ligadura elástica (um corte do abastecimento de sangue da hemorroida com uma faixa de borracha), escleroterapia (injeção de uma solução química), e fotocoagulação, (que utiliza o laser ou a luz infravermelha), todas com o objetivo de provocar a diminuição da passagem de sangue, levando ao endurecimento e ao encolhimento das hemorroidas, segundo o médico.
– As hemorroidas maiores podem não ser tratáveis com os procedimentos menos invasivos, como a ligadura, a escleroterapia ou a fotocoagulação e podem exigir uma cirurgia, conhecida como hemorroidectomia, que consiste na remoção dos vasos e dos tecidos comprometidos – explica o cirurgião.