Nos primeiros seis meses do ano, o preço médio da carne de boi subiu mais de 10%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), e os produtores têm uma explicação.
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O Brasil tem o maior rebanho comercial de gado do mundo, com 170 milhões de cabeças, mas há falta de bois.
A crise de preços que atingiu a pecuária em anos anteriores levou os criadores a apostarem em outros negócios na época.
– Plantamos seringueira, plantando eucalipto, café para ter outra opção – conta o produtor rural Fernando Vilela.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil abatia, em média, 40 milhões de cabeças de gado por ano. Desse total, 31% eram matrizes, vacas que gerariam bezerros. A queda no valor da arroba, registrada em 5 anos, levou esse índice a 38% do total do gado abatido.
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– Essas matrizes que iam dar os bezerros foram mortas nesse período de cinco anos. Não tivemos os bezerros e, por conseqüência, não tivemos os bois gordos para o abate – explicou Vilela.
Com menos oferta, o valor da arroba disparou. O produtor rural José Maurício Guimarães não teve dificuldade para fechar contrato com um frigorífico. Ele vendeu a arroba por R$ 83, 50% a mais do que costumava ganhar.
– Sempre que há falta de oferta, eles têm que levantar o preço para poder suprir o abate deles – afirmou.
Em um frigorífico, um dos maiores do centro-oeste paulista, 800 cabeças eram abatidas por dia. Com a falta de bois no mercado, o abate baixou para 500 animais por dia. Em Bauru, alguns cortes de carne tiveram reajuste de até 42% nas últimas semanas. O quilo do acém, carne considerada de segunda que era vendido a R$ 5,98, agora custa R$ 8,50.
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As informações são do Jornal Nacional.