Um novo estilo toma conta do Supremo Tribunal Federal. Saiu a ministra Cármen Lúcia, protagonista de alguns dos momentos mais tensos no comando da Corte, e entra Antônio Dias Toffoli, disposto a acalmar os ânimos e construir pontes políticas entre os poderes. 

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Cármen Lucia passa uma imagem de fragilidade em razão do corpo esguio e da voz ponderada. Mas é só impressão. Avessa ao corporativismo, ela se negou a brigar pelo aumento dos vencimentos dos ministros, colocou em julgamento temas de impacto na sociedade, pautou processos de impacto na política e articulou politicamente.

Até hoje, por exemplo, poucos entenderam o confuso voto que ajudou salvar Aécio Neves (PSDB-MG) do afastamento do Senado. No contraponto, Dias Toffoli chega dizendo que não vai pautar temas polêmicos neste ano, que quer o diálogo entre os poderes e já acertou o aumento dos vencimentos dos ministros do STF.

Neste caso, o efeito cascata está sendo convenientemente esquecido. A aposta do novo presidente é que, com a restrição do foro privilegiado aos crimes cometidos no mandato, a pressão sobre a Suprema Corte vai diminuir. Precisamos de um clima mais afetivo – tem dito o novo presidente. Dias Toffoli foi nomeado pelo então presidente Lula, mas vem se descolando do PT. Fim da prisão após condenação em segunda instância só será julgado no próximo ano.  

 

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ELEIÇÃO 

O deputado João Rodrigues (PSD-SC) está em Brasília para acompanhar de perto o andamento do seu caso na Justiça. O parlamentar ainda não foi notificado da decisão do ministro do STF Luís Roberto Barroso que determinou que ele voltasse a cumprir pena no semiaberto, mas é questão de dias. O entendimento do advogado especialista em direito eleitoral Antônio Augusto Mayer dos Santos é de que ao voltar para o regime semiaberto, o deputado se tornou inelegível, pois foi cassada a decisão do STJ que o autorizava a concorrer.  Mas essa é uma questão que terá que ser analisada pela Justiça Federal. Ele poderá ter a candidatura cassada.  

 

DE PROPÓSITO 

Aliados do candidato Ciro Gomes (PDT) juram que desta vez foi de propósito. Em uma entrevista, ele afirmou que, caso eleito, militar não falará em política em seu governo. Integrantes da campanha afirmam que a declaração polêmica faz parte da estratégia de conquistar votos da esquerda, de simpatizantes do Lula que estão sem sentindo órfãos.  

 

FRASE 

“Há, na sociedade civil, imensa e emocionante demanda por integridade, idealismo e patriotismo”. -Luís Roberto Barroso

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ao dizer que vivemos um momento de refundação do país.

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