Cientistas descobriram que a camada mais interna da Terra, chamada de núcleo, está girando em uma velocidade menor do que a superfície desde 2010. O estudo, feito por pesquisadores da University of Southern California (USC) e publicado na revista científica Nature, foi feito com base na avaliação de tremores das últimas três décadas. As informações são do uol.
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A publicação avalia o movimento feito pelo núcleo, que é uma esfera sólida de ferro-níquel com tamanho aproximado da Lua, e que fica a mais de 4.800 quilômetros abaixo do solo. Através de ondas sísmicas dos terremotos são feitas representações de como o núcleo se movimenta.
De acordo com o estudo dos pesquisadores da USC, o que os resultados apontam é que a estrutura está desacelerando e em um movimento mais lento se em comparação com o manto da Terra. Esta é a primeira vez em 40 anos que isso acontece, com um movimento gradativamente mais devagar em comparação com as décadas anteriores.
— Quando vi pela primeira vez os sismogramas que sugeriam esta mudança, fiquei perplexo. Mas quando encontramos mais duas dúzias de observações sinalizando o mesmo padrão, o resultado foi inevitável. O núcleo interno desacelerou pela primeira vez em muitas décadas. Outros cientistas defenderam recentemente modelos semelhantes e diferentes, mas o nosso estudo mais recente fornece a resolução mais convincente — disse John Vidale, professor reitor de Ciências da Terra na Faculdade de Letras, Artes e Ciências da USC Dornsife.
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A movimentação do núcleo se dá em uma espécie de “efeito dínamo” em que as correntes elétricas do núcleo externo interagem com o campo magnético da Terra, impulsionando a rotação do núcleo interno.
O estudo foi publicado em 12 de junho e destaca que a diferença de velocidade é de menos de um segundo, o que pode resultar em um dia mais curto, porém com uma variação de fração de segundo.
A explicação para esse movimento mais lento seria a agitação do núcleo externo, formado por ferro líquido, responsável pelo campo magnético da Terra, assim como por “puxões” gravitacionais de áreas mais densas do mancho rochoso sobreposto.
Mais pesquisas devem ser feitas para analisar o que está por traz dessa mudança e como ela deve impactar a vida na superfície da Terra.
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