Está em casa, esperando a visita dos netos, a diarista Rozevelde Silva, 55 anos, que se acorrentou por duas vezes nas grades do Hospital São José e uma em frente à Prefeitura de Joinville, em outubro, protestando pela demora para o agendamento de uma cirurgia no quadril. A operação ocorreu no dia 11 e a recuperação, que deveria ser de pelo menos dez dias no hospital, está melhor do que os médicos esperavam. Ela recebeu alta antes do feriadão e comemora a primeira noite em casa.
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– Não tinha mais paz. A dor era insuportável – disse na tarde de sexta-feira, na sala de casa.
A recuperação plena deve durar pelo menos um ano e depende muito da própria diarista. Os movimentos estão bastante limitados e para ir de um cômodo ao outro ela precisa se apoiar. O ideal seria fazer pequenas locomoções com um andador, mas ela ainda não conseguiu o equipamento.
Quanto ao ato radical de se acorrentar na grade do hospital, Rozevelde diz não ter qualquer arrependimento.
– Era preciso. Ia ficar mais dois anos e meio esperando? Me trataram muito bem no São José. Todos que trabalham lá me apoiaram muito – conta.
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Rozevelde passou a precisar do procedimento após sofrer uma queda dentro de um ônibus em Joinville. Desde então, ela entrou na fila da ortopedia do hospital. Em setembro deste ano, depois de concluir os exames pré-operatórios e conseguir a liberação para a cirurgia, o médico que a tratava pediu demissão e a operação foi adiada. No fim de outubro, revoltada, acorrentou-se duas vezes nas grades da entrada do São José e uma vfez em frente à Prefeitura para chamar a atenção das autoridades. Teve até uma conversa rápida com o prefeito Udo Döhler, que determinou que uma comissão avaliasse o caso.
Agora, Rozevelde faz planos de voltar a passear pelo bairro Itaum, fazer compras, andar pelo comércio com naturalidade. Voltar a trabalhar, por enquanto, não será possível.
– Estou muito feliz. Não tenho renda agora, nem sei como vai ser o Natal, mas estou feliz porque não sinto mais as dores. Vou melhorar- disse.
Por enquanto, a rotina será de consultas médicas, medicamentos e, por hora, a companhia dos netos que chegam de Jaraguá do Sul para vê-la.
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