– Pessoal, estamos indo agora encontrar nossa presidente Dilma no Palácio do Planalto, depois dessa decisão do vice-presidente Waldir Maranhão, que anulou a sessão da Câmara dos Deputados. É uma vitória muito grande.

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Gleisi completou:

– Isso muda totalmente a conjuntura. Na realidade, a Câmara vai ter que fazer a votação novamente. E, desta vez, incluindo o vice-presidente Temer.

Os senadores terminaram aos gritos de “Não vai ter golpe”. Horas depois, tudo estava desfeito. O impeachment teve prosseguimento.

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INFERNO DE MARANHÃO

Em reuniões com a Mesa Diretora da Câmara e com a bancada do PP, o deputado Waldir Maranhão (MA) foi muito pressionado a renunciar à presidência interina da Casa. Também lhe foi oferecida a opção de se licenciar do mandato. Ele ficou de pensar, mas os parlamentares relatavam que ele sequer apresentava argumentos. Atônito com a repercussão do seu ato e temeroso com as consequências, apenas ouvia, sem reação.

INTERINO NÃO, UTERINO

Senador Magno Malta (sem paletó) chamou deputado Waldir Maranhão de
Senador Magno Malta (sem paletó) chamou deputado Waldir Maranhão de “maior humorista da nação” (Foto: Jane de Araújo / Agência Senado/Divulgação)

Em manifestação no Senado, na tarde desta terça-feira, Magno Malta (PR-ES) não economizou nas críticas ao presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou e “desanulou” a votação do impeachment na segunda-feira. Referiu-se ao deputado como “maior humorista da nação” e saiu-se com esta:

– O trapalhão Waldir Maranhão não é presidente interino, ele é uterino, já que saiu do útero de Eduardo Cunha – disse o senador.

CARTÃO-PONTO

Uma fila se formou junto à mesa do Senado, às 15h desta terça-feira, assim que abriu o prazo para inscrição dos senadores que pretendem se manifestar na sessão de votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A primeira a se inscrever foi Ana Amélia Lemos (PP-RS), que chegou ao local às 12h30min para garantir lugar. Ao ouvir a colega dando entrevista sobre o assunto, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) se aproximou e brincou:

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Ana Amélia foi a primeira a se inscrever para falar durante sessão que definirá afastamento ou não de Dilma por 180 dias
Ana Amélia foi a primeira a se inscrever para falar durante sessão que definirá afastamento ou não de Dilma por 180 dias (Foto: Jane de Araújo / Agência Senado/Divulgação)

– Só faltava a senhora bater ponto!

Ana Amélia não quis adiantar detalhes sobre o discurso, mas revelou o tom: pretende destacar o impacto negativo das pedaladas fiscais na vida dos brasileiros.

NA FILA

O PTB indicou o nome de quatro deputados a Michel Temer para o Ministério do Trabalho: Alex Canziani (PR), Benito Gama (BA), Nelson Marquezelli (SP) e Ronaldo Nogueira (RS). O gaúcho admite a possibilidade, mas afirma que abriria espaço para os colegas Luiz Carlos Busato (RS) e Sérgio Moraes (RS).

Aceitaria a missão, mas sei respeitar a fila. Há colegas mais experientes. Não vou brigar por espaço.

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VIDA PRÓPRIA

Embora o PDT não deva ingressar na base aliada de Michel Temer, um deputado da sigla avisa que isso não significa manutenção do alinhamento com o PT:

– Continuamos no mesmo campo, mas agora acabou a relação. Teremos o nosso projeto e faremos oposição construtiva ao Temer.

ARGUMENTOS

Com risco de ser expulso do PDT, o deputado Giovani Cherini (RS) ficou sem entender o governo Dilma. A presidente pressionou o partido para fechar questão no voto contra o impeachment, com ameaça de expulsão dos infiéis. Perdida a batalha na Câmara, o próprio governo recorreu, com o argumento de que as imposições de votos de bancada não eram permitidas. Cherini quer citar o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) na sua defesa.