Diário da Redação do DC abre diálogo com o leitor

Ainda estou à procura da melhor região para morar. Minha família não se transferiu para Santa Catarina, vou levar um tempo para desvendar a geografia e o trânsito da capital do Estado, estou dependente do GPS no carro e, confesso, não decorei sequer o nome das salas do acolhedor prédio onde trabalho há duas semanas, na recém-inaugurada sede do Grupo RBS à beira da SC-401.

Sem correr o risco de emitir sentimentos apressados, porém, já posso me declarar apaixonado pela Ilha, sensibilizado pela receptividade do povo catarinense e encantado com o jeito de ser de Santa Catarina. À vontade, portanto, faço nascer hoje este Diário da Redação, um espaço de conversa entre os jornalistas do Diário Catarinense e o seu público.

Muito valorizado pelas adolescentes de outrora, num tempo nem tão distante assim, os diários não perderam encanto nesta era digital. Ao contrário. Quanto mais pública a vida fica, quanto mais nos expomos ao estilo big brother dos anos 2000, quanto mais todos sabem de todos e de tudo o tempo todo, mais valor ganha a intimidade, o particular, o detalhe, a simples e suave conversa.

É com este espírito, no tom confessional de um diário, que o leitor passará a acompanhar, a partir deste domingo, a vida na maior redação de Santa Catarina.

Por meio deste diário – e breve, brevíssimo, com novidades na nossa versão online – será possível acompanhar a produção de reportagens, bastidores da produção das notícias e apurações especiais, reuniões de editores, relatos de viagens e, quando se mostrar necessário, o porquê das decisões editoriais.

O Diário da Redação, fixo aos domingos, mas espalhado pelas páginas ao longo da semana, também vai mostrar por que nem tudo é charme e glamour no dia a dia de repórteres e editores, ao contrário da imagem que o cinema eternizou ao longo dos anos.

O leitor vai conhecer, por exemplo, as eventuais dificuldades para a captação de uma imagem, a tristeza de um fotógrafo ao registrar um instante de dor ou o dilema de um repórter para dar visibilidade a uma informação pública que muitos, ou alguns, insistem em esconder.

O leitor vai poder entender, também, como é a linha de produção de uma redação, como são os processos internos de um jornal e, até, por que sites e periódicos erram, como aconteceu na edição de 4 de março, quando um erro de digitação e um descuido de revisão permitiram que exemplares do DC circulassem com a palavra abuso escrita com X na manchete – um equívoco reparado em minutos, mas tempo suficiente para alcançar um bom número de leitores, a quem pedimos desculpas.

Erros assim, muitas vezes alertados pelos próprios leitores, nos ajudam a aperfeiçoar o jornal – e isso vamos contar neste diário. Esse espaço será mais uma janela para ouvir o leitor, captar suas percepções, conhecer um pouco mais de suas aspirações e compreender suas inquietações.

Posso garantir aos senhores e senhoras que será uma viagem agradável, uma jornada ao fascinante mundo do jornalismo, minha paixão de toda uma vida. Navegue conosco.