Novos diálogos envolvendo o grupo liderado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira sugerem que o senador Demóstenes Torres pode ter recebido R$ 3,1 milhões da quadrilha. A informação é da revista Veja desta semana, que teve acesso a um relatório da investigação feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público no qual são mencionados pagamentos diretos ao senador.
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O documento, segundo a revista, tem por base um diálogo captado em 22 de março de 2011, entre Cachoeira e e seu parceiro Cláudio Abreu. O relatório em poder do procurador-geral da República Roberto Gurgel, diz que, na conversa, ambos se referem a um repasse de R$ 1 milhão para Demóstenes. O dinheiro teria sido depositado na conta do senador e faria parte de um “valor total” que chegaria a R$ 3,1 milhões.
Com base nesse diálogo, o procurador-geral pediu a quebra do sigilo bancário de Demóstenes. A medida foi autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski, relator do inquérito que investiga do senador no Supremo Tribunal Federal (STF).
Um outro diálogo, de 12 de julho de 2011, também relaciona Demóstenes ao dinheiro do grupo de Cachoeira. Um emissário do contraventor teria procurado o senador, em Brasília, para lhe entregar uma encomenda.
– Tô com um negocinho para entregar… Queria ver com o senhor onde é que a gente pode… Onde quer que eu leve – diz Gleyb Ferreira, assessor de Cachoeira.
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Em resposta, Demóstenes teria marcado o encontro no apartamento funcional que ocupa na cidade. Com base em um diálogo registrado pouco depois entre Cachoeira e Gleyb, os investigadores concluíram que o “negocinho” em questão seria um pacote de R$ 20 mil.
Diante das novas suspeitas, o advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, negou que Demóstenes tenha recebido qualquer valor da máfia e destacou que as escutas são ilegais.
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