
Quebras de sigilo telefônico anexadas ao inquérito que deu origem à Operação Alcatraz mostram como era organizado o suposto esquema de fraude licitatória entre os principais empresários envolvidos, segundo a Polícia Federal. Em um dos diálogos interceptados, aparece a combinação entre dois empresários da área de tecnologia. Maurício Rosa Barbosa ligado às empresas Integra e Intuitiva e Fabrício José Florêncio Margarido, da DigitalNet, eram os vencedores das licitações, conforme a polícia, e mantinham contratos com o governo por meio de supostos favorecimentos na concorrência. Ambos foram presos preventivamente.
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Em conversa monitorada pela polícia no dia 20 de dezembro de 2017, os empresários demonstrariam o que a polícia chama de “conluio” para fraude em licitações. O diálogo apontaria para um suposto acerto de valores entre dois empresários da área de tecnologia que, aparentemente, seriam concorrentes. O “k” mencionado ao lado dos números representa a cifra de mil reais, conforme inquérito policial. Os dois estariam combinando quanto e de que forma ocorreria o repasse dos lucros entre a vencedora e outra candidata.
Para que os repasses ocorressem entre as duas empresas sem levantar suspeitas, a que perdeu o pregão seria contratada pela vencedora para prestar os serviços de forma terceirizada. As duas, portanto, lucrariam com o acordo. Segundo o inquérito, que traz transcrições de outros diálogos entre os envolvidos, os empresários tinham a preocupação de não levantar suspeitas motivo pelo qual decidem que apenas um deles participasse da licitação. Também, segundo a Polícia Federal, para não gerar desconfiança, outra empresa é convidada a se inscrever no processo, mas apresenta um valor mais alto.
O que diz a defesa:
Fabrício José Florêncio Margarido
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A defesa informou sexta-feira que deve se manifestar, novamente, apenas após conclusão de inquérito. Em outros contatos realizados, a defesa também preferiu não se manifestar.
Maurício Rosa Barbosa
Por nota oficial, o advogado de defesa Claudio Gastão da Rosa Filho disse: “Não vou me manifestar sobre o conteúdo de conversas que, por força de lei, tem sua divulgação vedada”.