Um diagnóstico realizado por iniciativa do Fórum Industrial Sul aponta os principais gargalos para o transporte de cargas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No Estado, o maior problema é a BR-101 Sul.
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A radiografia vai subsidiar outro estudo, que deve ficar pronto na segunda quinzena de junho, para identificar as prioridades de investimento na infraestrutura logística da região Sul.
O Projeto Sul Competitivo, que interliga os países vizinhos (Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile), aponta não só os problemas atuais, mas também como será a situação em 2020 caso nada seja feito.
Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mário Aguiar, o projeto tem a função de auxiliar os governos federal e estaduais e parlamentares na definição de estratégias para a região.
De acordo com o estudo, no modal rodoviário os principais gargalos atuais estão localizados, sobretudo, nos eixos das rodovias BR-101 e BR-116. No trecho entre Criciúma e Florianópolis, durante a alta temporada, a utilização alcança os 221% da capacidade e, nos períodos de pico de demanda, registra 276% de seu máximo.
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– A projeção para 2020 é de que a demanda exceda a capacidade em 470% nesse trecho – diz Aguiar.
No modal ferroviário, os problemas são concentrados no PR, até porque são poucos os trechos em SC.
– Por isso, consideramos as ferrovias do frango (ligando o Oeste aos portos) e litorânea (unindo os cinco portos) prioritárias para melhorar o transporte de cargas no Estado.
No modal portuário, SC está bem agora e os problemas são concentrados no PR (Paranaguá) e no RS (Rio Grande). Mas, em 2020, os gargalos serão críticos em todos os terminais, incluindo os de Itajaí e Navegantes, comprometendo praticamente todo o setor portuário da Região Sul, conforme Olivier Girard, sócio da Macrologística, consultoria contratada para realizar o estudo.
Na questão dos aeroportos, Santa Catarina é o pior Estado dos três para cargas. Joinville, Navegantes e Chapecó utilizam aeroportos de outras regiões para movimentar 100% da carga aérea internacional.
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– A segunda parte do estudo, que devemos entregar ainda em junho, vai avaliar os impactos social, ambiental e econômico dos investimentos que são considerados prioritários para manter a competitividade da indústria da Região Sul. Vamos entregar o resultado aos governos de todas as instâncias – afirma Aguiar.
Entraves de SC
Ferrovias
Na Serra do Mar, que dá acesso a São Francisco do Sul, a ferrovia oriunda de Mafra já utiliza 70% da sua capacidade de movimentação de cargas.
As ferrovias litorânea, ligando os cinco portos do Estado, e a do frango, unindo o Oeste aos portos, são consideradas prioritárias para o transporte
de cargas de Santa Catarina.
Rodovias
BR-101 e BR-116.
No trecho entre Criciúma e Florianópolis, a utilização registra até 276% a mais da sua capacidade e pode chegar a 470%.
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Os contornos de Florianópolis e de Itajaí também são problemáticos.
Aeroporto
Os aeroportos de Joinville, Navegantes e Chapecó utilizam terminais de outras regiões para movimentar 100% da carga aérea internacional.