No próximo dia 12 outubro é comemorado o Dia Nacional da Leitura. Na mesma data em que é celebrado o Dia das Crianças uma boa notícia, segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada em setembro, revelou que as crianças de cinco a dez anos estão lendo mais, diferentemente das demais faixas etárias. Em sua quinta edição, o estudo feito pelo Instituto Pró Livro em parceria com o Itaú Cultural mostra que o país perdeu 4,6 milhões de leitores adultos em quatro anos.

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Alguns fatores explicam por que crianças dessa faixa etária estão com a leitura em dia. Segundo a doutora em educação Raquel Baeta, a descoberta do mundo da leitura acontece juntamente com o processo de alfabetização e letramento que ocorre exatamente nessa fase dos cinco aos dez anos. 

– O universo da literatura infantil desperta nas crianças a vontade e o desejo de aprender a ler com autonomia para entrar nesse mundo sem o intermédio do adulto, dialogar com as diferentes linguagens e ampliar sua visão de mundo – esclarece a professora.

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Já a partir dos 11 anos, a leitura passa a ter menos presença no cotidiano escolar no qual os momentos são reduzidos às aulas de literatura que, normalmente, acontecem uma vez por semana.

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– A partir da pré-adolescência as escolas começam a recomendar livros literários e o jovem deixa de escolher, porque os métodos mudam, incluindo a forma de lidar com a leitura junto às cobranças. 

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A profissional sugere que as escolas ofereçam aos alunos com idade acima de 11 anos estratégias diferenciadas para que o ensino da literatura não se resuma a um processo teórico, mas seja um processo contínuo da construção do leitor literário, dando espaço e liberdade para os jovens fazerem suas escolhas. 

– Saber ler é uma oportunidade de contribuir para a transformação da sociedade – elucida Raquel Baeta.

A mesma pesquisa observou que quem não tem o hábito de ler são os mais influenciados pelos meios digitais. Em 2015, 47% dos entrevistados afirmaram usar a internet no tempo livre, e em 2019 o percentual aumentou para 66%. O uso do WhatsApp passou de 43%, em 2015, para 62%, em 2019. 

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Mas o jornalista e coordenador da pós-graduação da Estácio, Juliano Azevedo, pondera que a tecnologia não pode ser considerada a vilã da história.

– A questão da falta da leitura está relacionada à falta do hábito e de incentivo. Ler não é só a experiência do papel, a leitura também pode ser feita em e-books, sites, pois ler é buscar conhecimento e informações. O livro é uma experiência e a internet é outra experiência. As redes sociais, jogos e canais no YouTube, a depender do tipo de conteúdo, podem ser um incentivo à busca pelo conhecimento.

O coordenador lembra que, além das escolas, pais ou responsáveis devem estimular a leitura desde a infância compreendendo que o mundo hoje é real e on-line. 

– Pais e professores precisam se adaptar a esse novo modelo de aprendizagem e se interessar em saber o que a criança está acessando e aprendendo no mundo digital. Seja qual for o meio em que a leitura acontece, no papel ou pela internet, é importante saber o que os jovens estão fazendo com esse conhecimento – destaca Azevedo.

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Sugestão de livros infantis 

O livro ajuda no desenvolvimento intelectual, no processo de educação, estimula a imaginação e ainda permite que eles que possam brincar enquanto aprendem novas palavras. Para estimular a leitura dos pequenos confira dicas de livros que podem servir como presente no Dia das Crianças. Confira:

Sono

Na hora de dormir, a garotinha começa a sentir tanto medo que ele se concretiza na forma de um monstro assustador. Ela, então, lida com esse medo e, vencida pelo sono, consegue adormecer e acorda bem e descansada. Essa história, tão típica na infância, é o tema do Livro Sono, lançamento da Saíra Editorial, com textos e ilustrações de Luciana Romão.

(Preço: R$ 19,90 | Onde comprarAmazon)

A Semente da Compaixão

Pela primeira vez, Sua Santidade, o 14º Dalai Lama, já premiado com o Nobel da Paz, escreve diretamente às crianças. Um texto simples e poderoso, com ilustrações vibrantes de Bao Luu, publicado pelo Selo Caminho Suave, do Grupo Editorial Edipro. A Semente da Compaixão é uma ferramenta para as famílias transmitirem às crianças o valor do amor e da compaixão, cada vez mais necessários no mundo de hoje.

(Preço: R$ 41,90 | Onde comprarAmazon)

Careta pra chupeta!

A chupeta pode ser uma aliada dos pais para confortar bebês agitados, mas seu uso prolongado pode levar a problemas dentários e a outros riscos de doenças. Para auxiliar os pais no convencimento da criança para o abandono deste hábito, Careta pra chupeta traz uma divertida história de um menino corajoso que não aguenta mais as caretas que recebe. Cansado de tanta cara feia, ele tem uma ideia: guardar em uma caixinha todas as chupetas que encontrar. Será que agora vão acabar as caretas?

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(Preço: R$39,90 | Onde comprar: Amazon)

O Pequeno Yogue

De forma lúdica e divertida, O Pequeno Yogue traz ensinamentos sobre a história e os benefícios da yoga, por meio de posturas inspiradas nos animais e na natureza. Publicado pelo Selo Caminho Suave e Mantra, do Grupo Editorial Edipro, a obra da escritora Debora Molon introduz as crianças nessa prática, referência em equilíbrio e gentileza para lidar com os desafios físicos, mentais e emocionais do cotidiano, presentes também na infância. O resultado é uma criança mais tranquila e feliz.

(Preço: R$ 44,90 | Onde comprar: Amazon)

Cocô, Xixi e Pum

O desfralde é sempre um momento desafiador, tanto para as crianças quanto para seus responsáveis. Inspirado na vivência que a autora Maíra Lot Micales teve como mãe e ilustrado por um pai que está vivendo esse momento, este livro vai arrancar muitas risadas do pequeno leitor e incentivá-lo a tomar coragem para abandonar as fraldas de uma vez por todas.  Cocô, Xixi e Pum é uma publicação do Grupo Editorial Edipro, pelo Selo Caminho Suave.

(Preço: R$ 36,90 | Onde comprar: Amazon)

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