Dia Mundial Sem Tabaco: veja como o cigarro afeta o seu organismo 

Não são só os pulmões que sofrem com o hábito de fumar. Pele, cabelos e sistema vascular, por exemplo, também são prejudicados pelo consumo de cigarro. Com o intuito de alertar a população sobre os malefícios do tabagismo, todo 31 de maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas no mundo anualmente. Dessas, cerca de 7 milhões estão relacionadas ao consumo direto, enquanto mais de 1 milhão são provocadas pelo fumo passivo, conforme a OMS.

No Brasil, o cenário preocupa: o tabagismo provoca cerca de 150 mil mortes todo o ano e o custo de assistência médica para tratar problemas decorrentes do fumo supera R$ 12 bilhões, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer referentes ao ano de 2015.

— Dá mais prejuízo do que lucro com impostos — afirma o pneumologista Luiz Carlos Corrêa da Silva, da Santa Casa de Porto Alegre.

Como o cigarro prejudica o nosso corpo

Câncer

Um dos tipos de cânceres mais relacionados ao cigarro é o de pulmão, em função da quantidade de substâncias que entram pelas vias aéreas e vão até o órgão. Tumores de boca, laringe e esôfago também têm grande correlação com o fumo.

Sistema respiratório

O tabagismo tem grande associação a males como Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e câncer de pulmão. Ainda há uma associação até pouco tempo desconhecida: fumantes têm três vezes mais risco de sofrer tuberculose. Isso porque o fumo tem efeito nas defesas do organismo, que fica menos responsivo à doença.

Sistema vascular

O tabagismo está associado aos problemas venosos como trombose venosa profunda e embolia pulmonar.

Pele e cabelos

Fora todos os problemas relacionados à saúde respiratória, o cigarro ainda acarreta uma série de outros prejuízos nem sempre lembrados: acelera o envelhecimento e resseca a pele, deixa os cabelos opacos, diminui a capacidade de cicatrização e gera manchas amareladas no rosto, nas mãos e nas unhas.

Peso corporal

Como prejudica olfato e paladar, o cigarro tende a reduzir o desejo pelos alimentos, logo, reduz o apetite. Dessa forma, uma das grandes questões de quem deseja parar de fumar é a balança — é preciso aumentar o grau de exercícios e cuidar para não ingerir alimentos muito calóricos. No entanto, isso não deve ser um fator desencorajante para largar as tragadas.

4 dicas para parar de fumar

1. Desejo próprio: a pessoa precisa se convencer de que parar será a melhor escolha para sua vida.

2. Auxílio externo: tentativas de parar por conta própria são bem-vindas, contudo, médicos também podem aconselhar os pacientes a largar o vício.

3. Tratamento comportamental: alguns casos podem necessitar de tratamentos comportamentais com uso de medicamentos. O pneumologista diz que podem ser prescritas pastilhas, adesivos e gomas de mascar que vão mascarar a abstinência da nicotina.

4. Tratamentos multidisciplinares: com a ajuda de médicos, professores de Educação Física, psicólogos e nutricionistas, o paciente trabalha diversos aspectos para abandonar o vício.

Fontes: pneumologista Luiz Carlos Corrêa da Silva, da Santa Casa de Porto Alegre, angiologista Marcos Arêas Marques, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), e Sergio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)