Um grupo de mulheres se reuniu na manhã desta quinta-feira para fazer um “apitaço” em frente a Prefeitura de Joinville e a Delegacia da Mulher. A iniciativa foi em comemoração ao Dia Internacional da Mulher e o ponto de partida para a campanha “Apite! Denuncie! Assédio e violência sexual contra a mulher, nunca mais!”, realizada pela Prefeitura de Joinville e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM). O objetivo é incentivar as denúncias em casos de violência contra a mulher. Elas ainda se reunirão às 13h30, em frente ao Fórum, e às 18 horas, na Praça da Bandeira.
Continua depois da publicidade
A coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres da Secretaria de Assistência Social, Ana Aparecida Pereira, afirma que as mulheres não podem ficar caladas. A ideia é alertá-las porque atualmente a estimativa é de 12 a 13 denúncias diárias de violência na cidade. Sendo considerado também que para cada ato denunciado outros dois ficam sem registros.
— As mulheres precisam registrar esses maus-tratos porque é preciso que elas sejam respeitadas — defende.
A funcionária pública Heloísa Crespim, 50 anos, foi uma das participantes da iniciativa. Emocionada, ela conta que descobriu nesta quinta-feira um caso de violência sofrido por uma colega de trabalho. Segundo ela, apenas quem convive com assédio ou tem a possibilidade de conhecer as vítimas é que sabe da gravidade do problema.
— Eu me emociono em perceber que algumas mulheres ainda não se deram o devido valor, não perceberam que elas podem sair dessa situação. Que isso (a campanha) sirva para elas entenderem o poder que a gente tem.
Continua depois da publicidade
De acordo com a delegada Geórgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami), o número de registros de violência contra a mulher têm aumentado ao longo dos últimos anos. No entanto, ela não acredita que tenha crescido a violência, mas sim o encorajamento das mulheres em fazer a denúncia.
— Hoje, essa mulher tem amparo, delegacias especializadas e órgãos que dão suporte para que ela denuncie, algo que não acontecia tempos atrás.
A violência contra a mulher tem diversas formas: a agressão física; a psicológica – quando o homem não permite que ela saia de casa, tenha determinados amigos ou saia com algum tipo de roupa, por exemplo; a sexual – em que ela é obrigada a fazer sexo sem a vontade dela; além da violência patrimonial e moral, que envolvem injúria, difamação e calúnia.
A delegada afirma que a melhor maneira de denunciar é procurando a delegacia de polícia. Também é possível fazer uma ligação para o número 180. É importante que a mulher junte provas, como mensagem de telefone ou áudios, para que a Dpcami possa tomar as providências. Um dos caminhos também é a medida protetiva, em que a mulher que se sente acoada pode solicitar que o homem não se aproxime mais dela ou dos filhos.
Continua depois da publicidade