Não podemos viver sem ela, mas o desperdício é diário e incalculável. Nesta sexta-feira, Dia Internacional da Água, é um momento para as pessoas refletirem sobre seus hábitos de consumo de um dos bens mais preciosos da Terra e cada vez mais escasso.
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Em Santa Catarina o desperdício começa na captação e distribuição das concessionárias. A Casan, a maior fornecedora de água tratada do Estado (atende 197 municípios), perde em média 40% do que retira dos mananciais antes de chegar ao consumidor. Uma das principais causas são os vazamentos.
Segundo o gerente operacional da Diretoria de Operações e Meio Ambiente da Casan, Jair Sartoratto, a estatal deve lançar em dois meses o edital de licitação para contratar uma consultoria e criar o programa de redução de perdas.
O projeto deve focar em mais agilidade nos consertos de vazamentos e na compra de equipamentos que ajudariam a diminuir os índices. Depois de anos de baixo investimento, Sartoratto lembra que a Casan também injetará mais de R$ 1 bilhão em esgotamento sanitário, sobretudo no litoral, para melhorar a balneabilidade da água.
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A população também precisa fazer sua parte. Para o diretor da Associação Catarinense de Engenheiros Sanitaristas e Ambientais (Acesa), Marcus Phoebe Farias, as pessoas devem optar por equipamentos que consomem menos água, como trocar as válvulas de descarga (que gastam cerca de 15 litros por seis segundos de acionamento) por caixa acoplada de seis litros.
– A economia em uma casa pode parecer pouca, mas quando se leva em consideração um prédio inteiro se torna representativa – diz Farias.
Foco nas regiões de captação
Com a preocupação de conscientizar, ONGs como o Instituto Ekko Brasil, trabalham pela conscientização a partir das crianças. Durante esta semana, a entidade promoveu a campanha “Lontra, Sentinelas das Águas” em escolas municipais de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis.
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Cerca de 1,7 mil crianças e adolescentes participaram de atividades que mostram a importância das espécies aquáticas, além de oficinas sobre uso sustentável da água, produção e plantio de mudas nativas.
– A lontra é utilizada como espécie bandeira, porque assim como as pessoas, é extremamente dependente da água de qualidade. Escolhemos escolas de Santo Amaro, pois lá fica a Bacia do Rio Cubatão do Sul, que abastece a Grande Florianópolis e precisa ser cuidada pela comunidade – observa a presidente do Instituto Ekko, Alessandra Bez Birolo.