Com coordenação da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) e um aporte total de 11,5 milhões de euros, o projeto Mission Atlantic terá a participação de Santa Catarina. O objetivo da iniciativa é fornecer conhecimento e ferramentas para desenvolvimento sustentável do Oceano Atlântico. No Estado, o projeto é liderado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e está na fase inicial, na qual são identificados os principais setores que atuam sobre os ecossistemas costeiros e marinhos e os impactos das atividades. Em todo o mundo são 33 instituições participantes, de quatro continentes e 14 países.
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Segundo a oceanógrafa e pesquisadora do projeto, Gabriela Sardinha, o papel principal do diagnóstico inicial é identificar os setores que devem ser prioridades de gestão. As soluções que podem ser criadas são variadas, e vão desde a elaboração de novas políticas públicas voltadas ao setor, até o aperfeiçoamento de programas já existentes.
— A questão do lixo no mar, por exemplo, é um dos principais problemas que encontramos na zona costeira. Em escala nacional já temos um programa de combate ao lixo no mar, mas como ele é implementado regionalmente? Em que parte do ciclo devemos atuar? Na pesca passamos por situação semelhante. Já existem políticas públicas voltadas ao setor, todavia o monitoramento dos desembarques é precário há algum tempo. Como podemos melhorar a implementação desse instrumento? Essas e outras perguntas é que pretendemos responder por meio do processo participativo e da atuação conjunta com gestores e com os próprios setores — explica Gabriela.
O projeto tem o término previsto para agosto de 2025. De acordo com a pesquisadora, a iniciativa é pioneira em diversas frentes e além de auxiliar no mapeamento de áreas prioritárias de gestão e construir soluções de forma colaborativa, trará uma série de inovações científicas e tecnológicas.
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— Considerando que a economia do estado figura entre as 10 principais do país, é um importante passo que abrirá portas para que o estado esteja na vanguarda das novas abordagens de gestão costeira e marinha, que cada vez mais conseguem equilibrar o desenvolvimento com a preservação ambiental.
Confira as etapas do projeto:
1. Avaliar o estado dos ecossistemas no Oceano Atlântico e sua resiliência ao impacto de pressões, como provisão de alimento, regulação do clima e serviços culturais;
2. Mapear a presente e estabelecer a futura distribuição tridimensional dos biomas do Atlântico e das pressões que atuam sobre eles, para fundamentar o uso sustentável de recursos marinhos;
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3. Desenvolver novos indicadores, ferramentas e tecnologias para identificar riscos ao Oceano Atlântico e suas vulnerabilidades sob diferentes condições climáticas e cenários de manejo;
4. Formular e transferir diretrizes de avaliação, processamento de dados e instrumentos de modelagem para procedimentos de gestão com base ecossistêmica para subsidiar/alicerçar a governança sustentável de recursos marinhos e do desenvolvimento da Economia Azul;
5. Educar gestores de recursos marinhos e pesquisadores para a aplicação do sistema de Avaliação Integrada dos Ecossistemas (AIE) nos países à beira do Oceano Atlântico (Norte, Sul e Tropical).