Dia do Trabalhador: ela mudou de carreira em busca de satisfação profissional

Desde que somos crianças o mundo adulto se torna um sonho, um patamar a ser alcançado. Prova disto é aquela pergunta que todos já respondemos ou fizemos: o que você quer ser quando crescer? Logo, a resposta pode ser grandiosa, cheia de ambição e realizações: policial, bombeiro, médico, professor, engenheiro, advogado. Essas e demais profissões são vistas como projetos que levam longos períodos de tempo para ser tornarem realidade.

No dicionário, a definição de trabalho é: "aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim". É justamente esta finalidade que move grande parte das pessoas todos os dias pelas manhãs. A progressão profissional e construção de uma sólida carreira, ascensão financeira, poder, fama ou simplesmente a sensação de prazer em servir e de dar significado a vida das pessoas são alguns dos exemplos de finalidade que o trabalho pode levar.

A empresária Eliane Aparecida Götzinger se encaixa no grupo de pessoas que busca através da profissão a realização pessoal. Aos 43 anos, é casada, tem três filhos e há um ano decidiu largar a carreira como empresária do ramo da moda para seguir um sonho que surgiu após fazer um teste vocacional: ser nutricionista.

– Sempre fui muito curiosa e gosto muito de coisas novas, novos desafios. Isso me fez procurar novos horizontes. Acabei assistindo a muitas palestras e muitos vídeos que falavam sobre mudanças de vida e isso levou muito para uma autoidentificação muito forte, não tenho medo de mudanças e quis buscar maior realização pessoal ­– relata a Eliane.

Já que a decisão de trocar de profissão tinha o intuito de trazer mudança, a transformação alterou totalmente a rotina. Apesar de já ser formada em administração, Eliane decidiu voltar para as cadeiras da faculdade e há dois semestres cursa nutrição em Blumenau.

– Eu estava acomodada, tudo estava redondinho, sem maiores preocupações. Tudo já estava muito parado. Agora, é aquela correria. Tenho que dividir o tempo entre o trabalho, estudos, filhos, marido e família – conta.

Eliane afirma ainda que o marido foi quem se surpreendeu mais, e no início foi mais resistente a ideia, já que eles são sócios em duas empresas. Ela diz ainda que hoje ele é um grande incentivador do novo projeto de vida da futura nutricionista.

Resistências podem acontecer para pessoas que possuem uma mentalidade mais apegada a situações como estabilidade financeira, segurança emocional e aceitação da própria rotina. De acordo com o psicólogo, Antônio Gomes da Rosa, as relações da vida moderna estão mais sujeitas a alterações, pois as pessoas dão maior valor para o lado emocional do que nas décadas passadas.

– Hoje em dia, a nossa sociedade está mais aberta para mudanças. As pessoas aceitam transformações com maior naturalidade do que há 10 ou 20 anos atrás. Basta analisar o comportamento humano em várias áreas, na política, nos relacionamentos e principalmente na vida profissional, onde se busca muito mais prazer e satisfação pessoal do que propriamente dinheiro – afirma Gomes da Rosa.