A voz firme e calma é de quem já superou muitos desafios na trajetória e agora carrega a sabedoria que a idade traz. Aos 80 anos, o médico cirurgião Romualdo Izon Heil, natural de Itajaí e morador de Blumenau há 50 anos, tem na bagagem, além de centenas de pacientes na rede privada e pública, a participação em momentos importantes para a medicina no Vale do Itajaí.
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No Dia do Médico, celebrado nesta quinta-feira, Heil faz uma análise dos desafios da carreira. Ele defende o que tem se tornado um mantra de quem atua na área da saúde: é preciso voltar um pouco no tempo e humanizar o atendimento.
– Essa relação é importante e está um pouco rompida. Os médicos precisam estar mais próximos dos pacientes. Eles vão contar os seus problemas. O médico tem que escutar e muito bem, não é só ficar no computador e nem olhar, ou não tocar na pessoa – defende.
A opinião é compartilhada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremesc), Marcelo Neves Linhares. Com 25 anos de formação, o neurocirurgião argumenta que a medicina é a ciência que atua na prevenção e cura de doenças, mas, acima de tudo, age no cuidado ao outro indivíduo.
– Este relacionamento deve ser o mais humanizado e responsável possível. Os pacientes estão muitas vezes fragilizados e cabe a nós, seguir os preceitos éticos e humanísticos que trazemos de casa e a que fomos ensinados. Por mais que a tecnologia avance, a essência da medicina é sempre a mesma, um ser humano cuidando de outro – pontua Linhares.
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Atualmente, a medicina é exercida por 1.171 profissionais em Blumenau, segundo o Cremesc. Há nove anos, eram 798. A procura pelo curso tem tido um crescimento. No segundo semestre deste ano, somente na Universidade Regional de Blumenau (Furb) a quantidade de matrículas totalizou 487 registros. No mesmo período de 2010, eram 402.
O presidente do Cresmesc diz que o mercado é favorável para esses profissionais. Devido a demanda cada vez maior da população por medicação e prevenção.
– As pessoas vivem mais e consequentemente precisam de mais cuidados. Além disso, a tecnologia oferece um número maior de tratamentos que precisam de médicos treinados para isto – argumenta Linhares.
O especialista em cirurgia afirma que é positivo ter mais médicos, mas reitera que não adianta somente formá-los. É necessário também oferecer uma estrutura para que os profissionais de saúde atuem e ofereçam um serviço de qualidade aos cidadãos. E desta forma, contribuir justamente para que haja proximidade entre pacientes e médicos.
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