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Cerca de 200 pessoas, de 60 residências, foram afetadas na maior cidade do Oeste. Ontem elas tentavam arrumar o estrago. A maioria das famílias é de baixa renda e enfrenta dificuldade para comprar as telhas. A Defesa Civil do município fez um levantamento e vai tentar auxílio do órgão estadual.
Janete Teixeira está desempregada e não tem dinheiro para cobrir a casa, que ficou completamente destelhada. –Vou pedir ajuda das pessoas pois não tenho condições– declarou. Ela mora sozinha com o filho, de 10 anos. Na hora do temporal, estava sozinha em casa. –Só me ajoelhei e pedi proteção de Deus– lembrou.
As marcas do temporal ainda estavam presentes no final da manhã desta segunda-feira. O chão molhado, água no fogão, roupa molhada no sofá e lonas cobrindo o pouco que restou seco. Janete dormiu numa vizinha. Ela calcula em R$ 6 mil o prejuízo. –Para nós que somos pobres é bastante–afirmou.
Artimiro Rodrigues também aguarda um auxílio da Defesa Civil. Na sua casa foram 42 telhas de cimento amianto danificadas. Só sobrou um quarto seco, onde a família dormiu à noite. A exemplo de Janete, ele não tem seguro. –O seguro é trabalhar–afirmou.
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Sua mulher, Lena, passou o dia varrendo os cacos das telhas e tentando limpar o barro e a água que ficaram acumulados no piso. Eles só ligaram a energia elétrica na manhã de hoje. E ontem nem jantaram.
A filha Graziela Rodrigues, que estava em casa na hora do temporal, lembrava do ocorrido. –Foi menos de cinco minutos– calculou. O vento empurrou a porta e quebrou os vidros. Graziela teve um corte leve no pé, em virtude dos cacos.
Na casa vizinha, Ivonete e Ivonei de Almeida estavam trabalhando quando receberam por telefone a notícia de que a casas deles tinha sido atingida pelo vento. –Cheguei em casa e o cachorro latia apavorado como se quisesse contar o que tinha acontecido– lembrou.
Quando abriram a casa, estava tudo molhado e objetos caídos. Ivonei dormiu no carro e Ivonete foi com a filha dormir numa vizinha.
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Hoje Ivonei pegou 30 telhas de cimento amianto para pagar posteriormente e começou a recontruir o telhado. O prejuízo passa de R$ 2 mil. Ivonete tentava ajeitar o que podia mas ainda aguardava o sol para secar as roupas e objetos da casa. Hoje eles ainda devem dormir fora.