Nesta quinta-feira (10), é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental, que reforça a necessidade de ações e mudanças para evitar esses problemas, inclusive no ambiente de trabalho. Doenças como ansiedade, burnout e outros problemas associados ao estresse são cada vez mais comum na vida das pessoas, e o trabalho tem grande relação com essas questões, por ser parte importante na rotina diária e estar associado a fatores que causam o estresse.
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De acordo com o vice-presidente da Salvia Saúde Corporativa, Eduardo Lemes, uma mudança na legislação, prevista para o próximo ano, deve fazer com que empresas também se movimentem no sentido de buscar melhorias em seu ambiente que refletem na saúde mental dos colaboradores.
A Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) 1419, que altera a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), prevê que os empregadores incluam em seus programas de gestão de riscos ocupacionais questões relacionadas à saúde mental. O prazo para essas mudanças vai até 24 de maio de 2025.
Potenciais causadores de estresse, e fatores que comprometam o bem-estar psíquico dos trabalhadores devem ser identificados e planos de ações devem ser traçados com o objetivo de prevenir e diminuir o impacto desses fatores.
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Ações que favorecem a saúde mental dos colaboradores
Entre as ações que podem ajudar as empresas a se adequarem às novas regras, Eduardo Lemes sugere a realização de workshops, campanhas de conscientização e atividades de bem-estar de forma regular nas empresas.
— Essas iniciativas criam um ambiente que favorece a saúde mental, incentivando comportamentos saudáveis e ajudando os colaboradores a equilibrarem suas demandas profissionais e pessoais — afirma.
Ele destaca também a necessidade de prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde mental, com avaliações do ambiente de trabalho, gestão de estresse e sobrecarga e suporte psicológico preventivo. Ainda aponta a necessidade de garantir acesso a psicólogos, psiquiatras e terapias para colaboradores que precisam de um apoio mais direcionado.
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Também é importante identificar quais áreas precisam de intervenção, monitorando índices de absenteísmo, afastamentos por saúde mental, para assim ajustar as políticas da empresa. Outra preparação importante é a dos gestores.
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— Treine os gestores para detectar precocemente problemas e oferecer um ambiente de trabalho saudável. A capacitação deles para lidar com questões de saúde mental e oferecer suporte emocional aos colaboradores é vital para a criação de um ambiente de trabalho mais inclusivo e saudável — explica Eduardo.
O vice-presidente da Salvia Saúde Corporativa sugere ainda integrar a saúde mental em programas de saúde ocupacional e ao programa de gestão de riscos , identificando fatores de estresse, pressões e cargas emocionais. Através de auditorias internas, é possível monitorar se essas ações estão ocorrendo dentro do que está previsto nas normas.
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De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), cerca de 300 milhões de pessoas vivem com depressão no mundo. No Brasil, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 5,8% da população, equivalente a 11,7 milhões de brasileiros, convive com essa condição.
O Dia Mundial da Saúde Mental foi criado em 1992 pela Federação Mundial para a Saúde Mental (WFMH), e busca retirar o estigma que é associado a doenças mentais. A psicanalista Ana Matos reforça a necessidade de cuidar desse campo da saúde, não apenas em momentos críticos.
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— A saúde mental não é apenas a ausência de doenças, mas sim um estado de bem-estar que envolve o aspecto emocional e psicológico — explica a psicanalista.
A busca por cuidar da saúde mental reflete em qualidade de vida, melhora das relações pessoais e escolhas alinhadas com seus próprios valores, explica Ana. Contudo, muitas vezes a busca por um psicólogo ainda é associada a um sinal de fraqueza ou para situações extremas.
— É preciso romper com o preconceito. Falar sobre nossas emoções é um passo crucial para a transformação social. Quando nos permitimos dialogar, começamos a criar um ambiente mais acolhedor — finaliza.
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