O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) acumula 380 procedimentos extrajudiciais e processos judiciais envolvendo a proteção da Mata Atlântica. Fazem parte desta lista ações civis públicas, inquéritos civis e ações criminais que são utilizados pela instituição na busca pela responsabilização dos atos de desmatamento. Promotora de Justiça, Luciana Cardoso Pilati Polli alerta sobre a redução do bioma em Santa Catarina.

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— A Mata Atlântica tinha originalmente 9 milhões de hectares no Estado, em 2018 atingimos 2 milhões. Houve 52% mais desmatamento em Santa Catarina. Por isso é muito importante a consciência e participação da população trazendo as demandas e denúncias para o Ministério Público e órgãos ambientais — afirma a promotora e coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente do Ministério Público de SC.

Ouça a entrevista com a promotora de Justiça, Luciana Cardoso Pilati Polli:

A floresta é homenageada nesta quarta-feira, 27 de maio, Dia Nacional da Mata Atlântica. O bioma tem mais de 20 mil espécies vegetais, que correspondem a 35% da variedade existente no Brasil. Em Santa Catarina, entre 2017 e 2018, foram perdidos 905 hectares. Neste período, a degradação do bioma aumentou 52% no Estado, que passou a ocupar o quinto lugar no ranking de desmatamento.

— Como Santa Catarina tem propriedades pequenas, a maioria das degradações varia de um a cinco hectares. No nosso meio urbano também há a questão do parcelamento do solo, dividindo em loteamentos, fazendo desmembramentos. Isso significa um fator grande de pressão sobre a Mata Atlântica — pontua Luciana Cardoso Pilati Polli.

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Antes de intervir em área de mata, o cidadão deve consultar os órgãos ambientais para obter uma autorização. Quem identificar a ocorrência de desmatamento pode fazer denúncia ao Ministério Público de Santa Catarina, Polícia Militar Ambiental, Instituto do Meio Ambiente (IMA) ou junto aos órgãos ambientais municipais.