A consolidação de uma sociedade democrática – está provado em todas as nações que alcançaram este nível – se dá igualmente pela consolidação de seus meios de comunicação. Está provado na história que profissionais e meios comunicação social têm sido os principais personagens e instrumentos da quebra das barreiras e dos comportamentos obscuros nefastos à sociedade. E por eles se tem alcançado o acesso às informações, quebras de paradigmas, de preconceitos, de radicalismos e personalismos que se fazem fortes, pela negação da informação transparente.

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O Brasil alcançou nas três últimas décadas um certo nível aceitável e aplaudido de independência e papel importante no cenário internacional na lida aceitável e tolerável a uma imprensa que – em parte – se faz e quer ser livre. Apesar dos insistentes espasmos de interesses em seu controle total, que em cascata viriam a cegueira e a surdez de informação e cultural de toda a sociedade.

Ainda não somos o ideal. Ainda temos os rompantes coronelistas espalhados por todo o país, sobretudo nas pequenas cidades, onde o controle da comunicação vive atrelado a orientações políticas e ideológicas. Mas estamos distantes de países vizinhos que têm na mordaça e perseguição da imprensa o instrumento que torna calada toda uma nação.

Mas o dia é de reverência. Àqueles que mesmo nos tempos escuros da democracia, desde o Império, passando pelo advento da República, Estado Novo e seguindo pelo Regime Militar, ousaram romper e infringir as normas de conduta vigente, que à sombra de suposta e alardeada democracia, rompiam barreiras e faziam as vezes da oposição aos regimes vigentes. Não muito diferente dos dias de hoje, quando a imprensa tem sido o grande balizador dos comportamentos, trazendo às claras os atos e fatos que se somam nos corredores dos gabinetes e nos tantos escândalos que se amontoam pelo Brasil. Ai de nós se não tivéssemos a imprensa, esta imprensa corajosa, ajustada no seu tempo e disposta a esclarecer.

Também reconhecemos exageros, equívocos no tempo. Desvio de função e instrumento maléfico igualmente em benefício de poucos, a tão falada imprensa parcial. Mas esta não sobrevive muito tempo. Se arrasta.

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