De repente a visão ficou embaçada. Via apenas uma faixa suspensa e distante, a linha de chegada. O som nos fones de ouvido soava distante. Escutava um zunido que parecia ser o pedido das pernas para terminar ali. Guardo os detalhes desde a largada, tudo, até ali, a uns 500 metros do fim. Apaguei por uns dois minutos. Quando me dei por conta, a última linha tinha ficado alguns centímetros para trás. O Dez a fio tinha acabado além do meu limite. Terminou com a prova de 10k da Maratona Internacional de Floripa percorrida em menos de uma hora. Pelo meu monitoramento, em 57m50s – quase dois minutos a mais do pretendido, mas dentro do objetivo. Nada mal para a primeira prova de corrida da vida.

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Não houve dor alguma entre partida e chegada, algo que me atordoou em alguns momentos da preparação. Não senti nada, e o mérito é da massoterapeuta Sintia Silveira, que fez um trabalho espetacular comigo na antevéspera. A primeira metade, os cinco quilômetros, foi conforme o estipulado e tranquilo. Do retorno ao trapiche, para os últimos cinco quilômetros, lembrei de todos os profissionais da Floripa Runners envolvidos no projeto, além do treinador Fabiano Braun. Buscava na memória cada aprendizado e treinamento quando comecei a esmorecer. Cheguei a pensar em caminhar no sétimo quilômetro, porém segui em frente e no mesmo ritmo. Até chegar ao quilômetro final.

Cada perna parecia pesar uma tonelada cada. Senti que diminui a velocidade e terminei com o sentimento de que me arrastei até a linha de chegada. Pasmem, foi o meu quilômetro mais rápido de toda a prova. Não poderia ser mais surpreendente quanto em um mês ser também um corredor.

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Confira o antes e depois da prova no vídeo a seguir

Dez a fio: confira o desempenho do jornalista e corredor nos 10k da Maratona Internacional de Floripa