Devido ao crescimento da procura, preço de aluguel sobe mais do que a inflação

O aquecimento do mercado imobiliário tem afetado as locações da capital gaúcha. Devido ao crescimento da procura, o valor dos aluguéis subiu 4,88% no acumulado de 12 meses, bem acima da variação de 2,88% do IGP-M, índice mais utilizado na correção dos contratos.

Ao mesmo tempo, a oferta de imóveis residenciais para aluguel em abril foi 1,84% inferior à mesmo mês do ano passado.

Para os especialistas, essa valorização de preços é uma tendência que deve se manter ao longo do ano, impulsionada por fatores como a entrada de imóveis novos no mercado, a alta dos preços para a venda e a melhora na economia do Brasil.

– O crescimento brasileiro reacomoda os preços para cima e o aluguel acompanha – diz Leandro Hilbk , vice-presidente de locações do Sindicato da Habitação (Secovi-RS).

Nessa balança, pesa a entrada de imóveis novos no mercado da locação. Segundo a gerente comercial da Crédito Real, Keli Queiroz, um apartamento novo acaba sendo valorizado não só na hora da venda, mas também no momento em que determina quanto vai custar o aluguel. Keli observa uma redução estimada de 10% no estoque de ofertas da imobiliária.

– Há demanda para o aluguel, mesmo com a facilidade de crédito para a compra – avalia a gerente.

As vendas de imóveis na Capital também estão em franca expansão, observa o presidente do Sinduscon, Paulo Garcia. No acumulado de 12 meses fechados em março, o número de unidades vendidas teve alta de 13,28% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a entidade.

– Um grande número de pessoas que moravam de aluguel hoje está comprando imóveis – enfatiza Garcia.

O casal Gizele Aparecida de Oliveira de Paula e Silva, 29 anos, e Leonardo Alves de Paula e Silva, 33 anos, que morava de aluguel em um apartamento de dois quartos, no bairro Cidade Baixa, foi surpreendido, em janeiro, com a notícia de que o proprietário queria a devolução do imóvel.

Inicialmente, a ideia era procurar outro apartamento para alugar. Mas, nem mesmo com um valor maior do que costumavam pagar – R$ 650 -, conseguiam encontrar o imóvel nas condições que procuravam. Foi quando retomaram a ideia da compra. Na busca, encontraram o apartamento que procuravam no bairro Menino Deus. Na terça-feira, fecharam o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal.

– Nossa prestação inicial é igual ao valor do nosso aluguel – comemora a nova proprietária.