Enquanto deixava o gramado do Mané Garrincha, o técnico da seleção olímpica masculina de futebol, Rogério Micale, ouviu um coro que brotava das arquibancadas:

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— Iraque, Iraque, Iraque.

Mais de 60 mil vozes brasileiras saudavam os bravos iraquianos, que sustentaram o 0 a 0 contra o time de Neymar e seguem com chances de classificação às quartas de final dos Jogos do Rio. Já o Brasil, para seguir adiante no torneio, evitar um novo megafiasco em casa, e se classificar sem depender do resultados de Iraque e África do Sul, precisará vencer a Dinamarca, nesta quarta-feira, na Fonte Nova (em Salvador). O ataque dos badalados Neymar, Gabriel Jesus e Gabriel Barbosa não funcionou uma vez mais. Já são 180 minutos sem marcar um gol sequer.

— Ainda temos um jogo. Se ganharmos, vamos nos classificar. Uma vitória simples nos dá a classificação. Estamos dependendo de um gol para nos classificarmos. Continuaremos acreditando — disse Rogério Micale, em sua primeira resposta na entrevista coletiva. — Devemos desculpas ao torcedor e ao povo de Brasília, que nos apoiou — acrescentou.

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Micale não parecia saber exatamente o que responder para justificar o novo tropeço. Adiantou que mudará o time, possivelmente vai alterar o esquema de jogo também, afinal, o seu 4-3-3 não decolou.

— Estou triste, mas confiante. Podemos obter a classificação em Salvador. Um momento de luto cabe hoje, mas, a partir de amanhã (segunda-feira) esperamos dar a resposta. Também não adiantava ganhar de cinco, sete agora e cair no mata-mata — respondeu o treinador.

Sobre a falta de gols de seu ataque, se saiu com essa:

— Futebol mundial evoluiu demais. Todos têm informação livre. O futebol é estudado, principalmente como se fechar. Porque destruir é mais fácil que construir.

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Ainda que Cléber Xavier (auxiliar de Tite na seleção principal) esteja acompanhando a equipe olímpica, Micale refutou que ocorra uma interferência do alto comando em seu time:

— Converso muito com o professor Tite. Mas não vejo que possa haver uma interferência, pois quem está à frente da seleção (olímpica) sou eu.

Enquanto o treinador da seleção olímpica se encaminhava para a entrevista, Neymar deixava o vestiário enfiado em fones de ouvidos, passando reto pela zona mista, sem dar entrevistas e rumo ao ônibus da delegação.

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— Quero pedir desculpas por essa situação — comentou Micale, em tom paternal, quando foi questionado sobre a atitude de seu camisa 10.

*ZHESPORTES