Tallis Gomes renunciou aos cargos de CEO e presidente do conselho da G4 Educação. O anúncio foi feito pela empresa na noite deste sábado (21) e ocorre após a polêmica declaração do empresário sobre mulheres em cargo de liderança. Agora, uma mulher deve assumir a função. As informações são do g1.

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“Maria Isabel Antonini, sócia e atual CFO da companhia, assume como CEO. Com mais de 10 anos de experiência na liderança e na gestão de negócios, Maria Isabel é Engenheira de Produção (UFMG), ex-CEO da Singu, com passagens em grandes empresas, como GPA e Itaú Unibanco”, diz um trecho da nota, divulgada nas redes sociais.

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As declarações de Tallis foram feitas no stories do Instagram. No post, ele disse: “Deus me livre de mulher CEO. […] Na média, essa não é o melhor uso da energia feminina””.

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A publicação causou uma série de críticas nas redes sociais. O empresário chegou a pedir desculpas na quinta-feira (19), também em uma publicação nas redes sociais:

“Ontem, eu errei feio num texto aqui no Instagram. E quero reconhecer o erro e pedir desculpas. Muitas mulheres se sentiram machucadas pelas minhas palavras, e eu estou profundamente chateado por ter magoado essas pessoas”.

O empreendedor continua o texto falando que foi infeliz “ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida e acabei tocando em pontos sensíveis, usando palavras que não deveria usar”.

Além de deixar o cargo na G4 Educação, Tallis também não faz mais parte do conselho consultivo da Hope. O anúncio foi feito neste sábado (21).

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Entenda a polêmica

A polêmica teve início na quinta-feira (19) após o empresário responder a pergunta “Se sua mulher fosse CEO de uma grande companhia, vocês estariam noivos?”, feita por seguidores em uma rede social. O empresário respondeu “Deus me livre de mulher CEO” falando, em seguida, que mulheres em cargos de liderança passam por um “processo de masculinização”.

“Essa mulher vai passar por um processo de masculinização que invariavelmente vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano. Vocês não fazem ideia da quantidade de estresse e pressão envolvida em uma cadeira como a minha. Fisicamente você fica abalado, psicologicamente você precisa ser muito, mas mito cascudo para suportar”, disse.

Ainda na publicação, ele fala que este não seria o “melhor uso da energia feminina”.

“A mulher tem o monopólio do poder de construir um lar e ser base de uma família — um homem jamais seria capaz de fazer isso. Pra quê fazer a vida dessa mulher pior dessa forma?” questionou.

O executivo ainda disse que “o mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem”.

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“Hoje, vejo um bando de marmanjo encostado trabalhando pouco e dividindo conta com mulher. Eu entendo que temporariamente pode acontecer, eu mesmo já passei por isso no passado — mas tem que ser algo transitório”, finalizou Tallis.

Caso repercutiu nas redes sociais

Uma série de reações foram desencadeadas após a publicação de Tallis. A presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, escreveu no Linkedin que “não concorda em nada com o posicionamento” do colega, que é sócio do G4 Educação.

“Criei três filhos trabalhando muito, inclusive como CEO do Magalu. Soube cuidar deles e dos idosos da família”, disse a executiva.

Em outro trecho, ela fala que “às mulheres, peço que não deixem que posicionamentos como esse abalem seus desejos e opções. Quem te irrita, te domina. Não deixemos a irritação nos dominar. O que interessa é que juntas somos mais fortes”.

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“Vou deixar um legado para as minhas netas. Elas saberão que lutei pela nossa igualdade, junto com muitos homens e todas as mulheres do Brasil. Estamos chegando lá”, acrescentou.

Renata Vieira, diretora comercial e de marketing da Reckitt, a general manager da VTex no Brasil, Rafaela Rezende, e a diretora de recursos humanos da Itaúsa, Claudia Meirelles, também se manifestaram sobre o tema.

As outras polêmicas

Esta não é a primeira vez que o empreendedor protagoniza falas polêmicas. Em julho, Tallis afirmou que “não contratar esquerdistas” é a “base da cultura” do G4 Educação.

— Esquerdista é mimizento, não trabalha duro, fica com esse negócio que parece que todo mundo deve alguma coisa para ele — disse o empreendedor.

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O empresário também afirmou que quem não trabalha de 70 a 80 horas por semana, não vai “construir nada na vida”.

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