Foi identificada como Alicia Bindemann Carini, de cinco anos, a menina que morreu vítima de um acidente de trânsito em Rio Negrinho, no Planalto Norte de SC. A criança estava em um carro junto da família quando o veículo foi atingido de frente por outro que invadiu a contramão. Ela foi resgatada ainda com vida e encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. 

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Dezesseis horas após o trágico acidente, pelas redes sociais, Michelle Bindemann, de 39 anos, mãe da menina, se manifestou sobre a morte da filha, que foi retirada de seus braços pelos bombeiros, bastante ferida, para ser levada para atendimento. 

Segundo Michelle contou à reportagem do AN, a família viajava de Joinville em direção a um resort em Itá para comemorar o aniversário de 70 anos da avó de Alícia quando o motorista do Punto invadiu a pista contrária. 

— Deus levou minha vida embora pra sempre. Um carro invadiu nossa pista, onde viajávamos felizes e com pouca velocidade… e agora tudo acabou. Minha filha, eu só quero ir junto contigo. Você era a minha vida. Sempre vai ser — escreveu Michelle. 

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Michelle é jornalista e estava no carro com o noivo e padrastro de Alicia, Gustavo Lopes de Souza, e Gabriel, de 10, filho do noivo. Gustavo ficou preso às ferragens e precisou ser desencarcerado. Ele recebeu alta nesta segunda-feira (20). 

O menino Gabriel relatou dor na altura do quadril, em virtude do cinto de segurança, e também precisou ir ao hospital, mas já foi liberado, segundo a madrasta. Ainda conforme Michelle, a menina estava na cadeirinha no momento da batida. A mãe, que foi junto com a menina ao hospital, não se feriu gravemente. 

Ainda segundo a mãe, inicialmente, a menina viajaria no carro dos avós, que seguia logo atrás, mas como começou a sentir enjoos, foi no carro com ela, junto do padrasto e do filho do homem, enquanto seu irmão mais novo, de 3 anos, foi em seu lugar no veículo dos pais de Michelle. 

— No carro de trás, viram todo o acidente — conta. 

Desespero 

Logo após a batida, Michelle conta que correu desprender a filha da cadeirinha e, como a menina estava com bastante sangramento, principalmente na região da cabeça, tentou estancar com um lençol. 

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E, assim que os socorristas chegaram, com a filha nos braços, pediu para que priorizassem atendimento à menina, que foi a primeira a deixar a cena do acidente, na companhia da mãe. 

Já no hospital, Michelle lembra que desceu da ambulância e, ali, foi a última vez que viu a filha com vida. Ela conta que Alícia era uma menina forte, alegre, engraçada e carinhosa e, dez minutos antes do acidente, disse que faria uma oração e começou a cantar uma música religiosa. 

Michelle, que não suportava ver a menina com febre, não sabe como voltará para casa, para o trabalho. Não sabe como voltará a sorrir novamente sem sua pequena Alícia. 

— Esses dias me perguntou “Mamãe, o que você mais gosta de fazer?” Eu respondi: “Não sei, filha. Talvez ir a praia. Por quê?”. E ela: “O que eu mais gosto é de pegar no teu pescoço”. Ela sempre apertava meu pescoço pra dormir, quando estava com medo ou triste. Alícia era minha vida. E eu a dela. Tenho medo que ela esteja pedindo por mim onde estiver. Como ela sempre fez — diz a mãe.  

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Motorista bêbado

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o motorista responsável por provocar o acidente que matou Alicia de cinco anos, em Rio Negrinho, na manhã de domingo (19), estava bêbado. Oito horas após a colisão, o homem fez o teste do bafômetro e o resultado ainda deu positivo para a presença de álcool no organismo. 

Segundo relato dos bombeiros, no Punto estavam quatro homens que teriam saído de uma festa e voltavam para casa, em São Bento no Sul, quando o condutor perdeu o controle do carro e invadiu a pista contrária, onde bateu de frente com a Ecosport que estava a família de Michelle. 

Um dos passageiros do Punto, que estava no banco de trás, foi resgatado inconsciente. Os outros três não se feriram com gravidade. O acidente ocorreu por volta das 6h, na altura do Km 134. 

As oito pessoas envolvidas no acidente precisaram de atendimento médico. O Punto ainda teria batido de raspão no retrovisor de um Cruze. Nele estavam os avós da menina morta e o irmão mais novo da vítima, segundo os socorristas. Neste veículo, ninguém se machucou.

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Alícia foi velada e enterrada na manhã desta segunda-feira, no Cemitério Jardim das Flores, em Joinville. A cerimônia foi acompanhada pelos familiares. 

— Eu planejei viver com ela até os meus 90 anos. Eu queria tanto ver ela crescer e se tornar uma mulher forte e bondosa. Eu sempre disse pra ela, desde que nasceu, que estaria com ela pra sempre, o resto da minha vida… E agora eu vivo para esperar a hora de encontra-la novamente — finaliza. 

Alícia tinha 5 anos e morreu após o veículo que estava ser atingido por outro carro
Alícia tinha 5 anos e morreu após o veículo que estava ser atingido por outro carro (Foto: Facebook/Divulgação)

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