O médico oftalmologista Walter Coral, perito examinador do Departamento Estadual de Trânsito de Santa Catarina (Detran/SC) em Jaraguá do Sul, foi afastado das funções por suspeita de omissão de socorro a um idoso. Ardoino Meneghelli, de 80 anos, sofreu um infarto e morreu dentro do consultório médico, durante consulta para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
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A decisão foi publicada no Diário Oficial de Santa Catarina e confirmada pela Corregedoria do Detran/SC nesta quinta-feira (1), que cumpriu uma medida cautelar de suspensão das atividades do médico. O objetivo do afastamento é para “apurar indícios de ilegalidade na conduta do profissional e resguardar o interesse público”, aponta o órgão.
A suspeita de omissão de socorro foi levantada no relatório da equipe médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), elaborado no atendimento da ocorrência. A suspeita é de que Walter Coral não teria prestado os primeiros socorros ao idoso quando ele passou mal e o atendimento teria sido iniciado somente após a chegada da equipe do Samu no Detran de Jaraguá do Sul.
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Este indicativo sobre a possível omissão de socorro chegou até o Delegacia Regional de Jaraguá do Sul, que, em contato com a corregedoria do Detran/SC pediu o afastamento do médico da atividade no órgão para a realização de apuração isenta em torno do fato. O pedido foi prontamente atendido.
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A corregedora do Detran, Fedra Konell explica que as investigações prosseguem e, se confirmada a omissão, pode levar à cassação do médico, conforme previsto no Decreto Estadual 128/2019.
— A administração pública deve primar pela excelência e retidão do serviço público. Mesmo sendo um serviço delegado, o órgão de trânsito é responsável pela fiscalização de sua prestação, a fim de garantir um serviço seguro e de qualidade à população — ressalta Fedra.
Além da Corregedoria do Detran/SC, a Delegacia de Proteção a Criança, ao Adolescente, a Mulher e ao Idoso (DPCAMI) investiga a ocorrência. Segundo o Delegado Regional de Jaraguá do Sul, Fabiano Silveira, na esfera policial é apurado se houve algum ilícito previsto no Estatuto do Idoso.
Contraponto
A reportagem do jornal A Notícia entrou em contato com a família e a defesa do médico Walter Coral. De acordo com a esposa do oftalmologista, Maria Aparecida Nóbrega Coral, o oftalmologista possui índole ilibada e reconhecida pela sociedade por anos de atividade profissional e vai se defender no momento oportuno.
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— É triste e um absurdo o que estão dizendo. Trata-se de uma calúnia do tamanho de um gigante, quem o conhece sabe que ele jamais negaria socorro a alguém — afirma.
A reportagem também tentou contato telefônico com o advogado de defesa do médico, Raphael Rocha Lopes, mas não obteve êxito até a publicação da reportagem. Mais cedo, a NSC Comunicação já havia obtido a informação com o advogado de que a defesa irá se pronunciar oficialmente apenas quando tiver acesso completo ao processo administrativo aberto para apurar a conduta de Walter Coral.
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