A detonação de rochas em uma pedreira aberta às margens da BR-280, em Guaramirim, no Vale do Itapocu, para a produção de material que serve de base para a duplicação da rodovia, está tirando o sono dos moradores do bairro Corticeira. Centenas de casas que ficam ao lado do morro onde foi instalada a pedreira apresentam rachaduras ou buracos nos telhados, que teriam sido provocados pelas explosões.

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Além do risco de ser atingidas por uma das pedras, algumas delas do tamanho de um tijolo, as famílias reclamam que a estrutura das casas está comprometida por causa das detonações.

O aposentado Sebastião Rodrigues de Arruda ainda guarda uma das pedras que caiu sobre a casa dele e a do filho, Edson Jonszyk, na semana passada. Pesando quase meio quilo, o objeto atravessou o telhado da moradia e fez um buraco no chão da garagem da família, que mora a pouco mais de 200 metros da pedreira.

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– Minha mulher estava sentada na garagem. Poderia ter morrido – diz Rodrigues.

Na casa de Tereza Goes, que fica a cerca de 500 metros de onde ocorre a detonação, os problemas são as rachaduras e a fixação do telhado de madeira sobre o concreto das paredes.

– Está se soltando tudo. Não foi fácil construir essa casa. Não temos dinheiro para esses reparo e muito menos para fazermos outra casa – afirma Teresa.

As detonações mobilizaram os moradores, que conseguiram reunir cerca de cem assinaturas e levar o documento para o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). A expectativa dos moradores é de que o trabalho seja interrompido e que outra pedreira comece a trabalhar em uma área longe das casas.

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O material que é retirado do local é levado para o leito da nova pista da BR-280 e serve como base para a futura pavimentação e a drenagem da rodovia.

CONTRAPONTO

Por meio de nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável pela duplicação da BR-280, disse que determinou que a empresa Sulcatarinense entre em contato com os moradores que tiveram as casas danificadas.

O órgão federal destaca que a empresa será responsável por fazer vistorias e realizar os reparos necessários nos imóveis. Quanto ao risco das pedras que voam em direção às casas, um engenheiro do DNIT foi até o local para fazer as medições e determinar soluções que devem ser adotadas. A expectativa é de que as próximas detonações sejam mais bem controladas.

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