Foram quase quatro anos de espera depois de sair a licitação para moradores e motoristas começarem a ver as máquinas trabalharem na duplicação da BR-280, em Araquari. As obras preparatórias no trecho pertencente ao lote 1 da duplicação iniciaram com a criação de desvios, que serão usados pelos veículos quando a rodovia federal for fechada. No entanto, ainda não há previsão para as novas rotas serem utilizadas.
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O lote 1 reúne 36 quilômetros, mas os trabalhos vão se concentrar inicialmente em apenas seis. Isso porque os R$ 20 milhões disponibilizados no orçamento contemplam apenas o trecho que começa um pouco antes da rótula do bairro Volta Redonda, no km 23, até o Icaraí, no km 28. Será construído um viaduto em frente ao Instituto Federal Catarinense.
A intervenção começou em um trecho de 600 metros, próximo ao IFC, no sentido Joinville. Foi aberta uma estrada ao lado da rodovia, que ainda receberá obras de drenagem e pavimentação. Do outro lado da rodovia, uma estrada já existente também será utilizada e preparada para receber todo o trânsito da BR-280.
Segundo o engenheiro Antônio Carlos Bessa, chefe de serviço do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Joinville, as obras avançarão em mais duas frentes de trabalho. Uma delas será em 400 metros próximos a rótula e a outra ainda não foi definida.
— Como ainda não ocorreu a desapropriação, porque não vieram recursos para isso, estamos conversando com os proprietários para tentar a liberação de mais uma área — explica.
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O DNIT também aguarda a liberação do Instituto Federal Catarinense para realizar obras em parte do terreno pertencente à instituição. Os proprietários das áreas vizinhas já concederam a permissão para as intervenções. Em seguida, será feito neste trecho de 800 metros o remanejamento do serviço público, como água, gás e energia elétrica.
O DNIT quer estender o desvio desde a região do Acaraí e avançando até a rótula, em direção a São Francisco do Sul. Segundo Bessa, ainda não há previsão para a utilização das marginais.
Moradores da região defendem a duplicação da rodovia
O autônomo Widner Cidral, 48 anos, mora há quase três décadas às margens da rodovia, em Araquari. Ele já se acostumou a ver acidentes na região e até perdeu amigos em atropelamentos e colisões no trecho próximo de casa. Segundo ele, a duplicação vai ser positiva para todo mundo.
— Nós já merecemos isso faz um tempo porque o trânsito aqui é um perigo. Quando alguém vai na venda do outro lado da BR, a gente compra as coisas para os vizinhos para evitar o perigo de atravessar a rodovia — diz.
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Apesar do desvio criado ao lado da BR-280 ainda não estar oficialmente sendo usado para as obras de duplicação, Widner conta que os motoristas já estão usando a marginal. Segundo ele, os veículos passam muito rápido sem ter o cuidado necessário com moradores e pedestres.
O autônomo Alcindo de Oliveira, 50 anos, que também mora às margens da rodovia, diz que o transtorno causado pelo desvio e, futuramente com as obras, não serão um problema. Isso porque trará benefícios para motoristas, moradores e todas as pessoas que passam pela BR-280.
— Eu penso que a duplicação vai acabar com o sofrimento do povo porque já deu muito acidente por aqui. Esse movimento é um caso sério — comenta.