A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, admitiu pela primeira vez nesta quinta-feira estar preocupada com a crise financeira internacional e afirmou que “haverá seqüelas econômicas e sociais” no país. O motivo da inquietação é a desvalorização do real diante do dólar.

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Um terço das exportações argentinas são destinadas ao Brasil, e a desvalorização de 31% da moeda brasileira nos últimos dois meses está assustando o país vizinho. O presidente da União Industrial Argentina (UIA), Juan Carlos Lascurain, afirmou que a crise terá conseqüências nas exportações e importações locais.

Sobre as exportações, Lascurain alertou que as vendas vão sofrer uma retração tanto em preço quanto em volume. Segundo ele, a desaceleração da economia brasileira terá um efeito imediato nas vendas argentinas. Sobre as importações, ele alertou que “o desvio do comércio do Brasil para a Argentina pode afetar muito as cadeias de valor locais”.

Na última terça-feira, a UIA solicitou uma reunião de emergência com o governo para pedir “uma cotação de câmbio competitiva”, isto é, uma forte desvalorização do peso, que acompanhe o que ocorreu em países como Brasil, Chile e México.

O ex-ministro de Economia, Roberto Lavagna, tem a mesma opinião. Para ele, o governo Kirchner “tem que parar de negar a realidade e tomar medidas de médio e longo prazo”. Ignorar uma desvalorização do principal mercado competir argentino “é o pior caminho possível”.

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Entenda a crise financeira: