A disputa nacional e a necessidade de um palanque para o candidato do PSDB à Presidência da Republica vão nortear o destino dos tucanos catarinenses. Esse é o sentimento do presidente em exercício do partido no Estado, Beto Martins, depois de participar, no sábado, em Brasília, da convenção que elegeu o senador Aécio Neves (MG) para comandar a sigla no país.

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De acordo com Martins, Santa Catarina é considerada estratégica e passa a ser uma prioridade para a Executiva Nacional porque nas duas últimas eleições presidenciais, em primeiro e segundo turno, o Estado deu vitória ao candidato tucano.

O PSDB catarinense tem nova convenção marcada para dia 7 de julho, mas o espírito de unidade que tomou a capital federal no sábado ainda não é percebido no Estado.

O pano de fundo do racha em Santa Catarina é a discussão em torno dos rumos do partido para 2014. Um grupo, ligado ao senador Paulo Bauer, defende a candidatura própria para dar palanque ao candidato a presidência, que deve ser o senador Aécio. Bauer se coloca à disposição para disputar o governo do Estado.

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Outra ala, próxima da bancada estadual, não descarta a possibilidade de manter a aliança para a reeleição de Raimundo Colombo (PSD). O problema, neste caso, é que Colombo deve apoiar Dilma Rousseff (PT).

Segundo Beto, em breve deve ser realizada uma reunião de líderes tucanos catarinenses e da Executiva Nacional para discutir o impasse. A convenção estadual do PSDB catarinense estava marcada para 28 de abril, mas foi cancelada três dias antes pela Nacional pela falta de consenso. Os nomes na disputa eram do senador Paulo Bauer e do deputado estadual Marcos Vieira. O deputado chegou a lançar nota divulgando que abriria mão em favor de Bauer, mas o gesto não foi suficiente para impedir a intervenção.

Presente na convenção nacional, Bauer diz estar convencido de que até o dia da convenção os catarinenses chegarão ao consenso. O senador disse também que não disputa a presidência e só assume o partido se for unanimidade.

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– Não posso ser candidato no ano que vem depois de ter vencido alguém no partido. Ninguém pode chegar candidato a governador derrotando companheiros – disse.

O deputado Marcos Vieira não participou do evento em Brasília por discordar da decisão da Executiva que cancelou a convenção. Ele diz que mantém a disposição de abrir mão da presidência estadual em favor de um projeto maior.

– Eu não quero ser acusado de ser presidente do PSDB sem ter candidato a governador do Estado. Se esse é o desejo do senador Paulo Bauer, ser presidente para ser candidato, eu abro mão pra ele – diz.

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