O catarinense que fez sucesso na Liga dos Campeões da Europa 2011-2012 pelo modesto Apoel, do Chipre, e foi escolhido um dos destaques da competição ao lado dos craques Messi e Cristiano Ronaldo, voltou às origens. Durante uma rápida folga junto à família em Urussanga, no Sul do Estado, Gustavo Manduca tomou café com bolo frito na casa das tias e reencontrou amigos na rua onde jogava bola quando criança.
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Aos 31 anos, o meia-atacante marcou seis gols na última Liga dos Campeões, um deles contra o poderoso Real Madrid, em pleno Estádio Santiago Bernabeu, na partida em que os espanhóis venceram por 5 a 2 e eliminaram o Apoel. Para o catarinense, ter sido indicado para fazer parte da seleção da competição não foi mérito apenas dessa partida especial.
– É uma votação feita a cada rodada desde o início do campeonato. Fiquei feliz por esse reconhecimento que valoriza meu trabalho nesses últimos anos – diz o jogador.
Depois da participação da competição vencida pelo Chelsea, Manduca e a esposa Juliana e os filhos Maria Eduarda e Gustavo deixaram a capital Nicosia para visitar a família no Sul de Santa Catarina. Ele passou dois dias com a mãe Margareth, em Gravatal, e depois seguiu para a terra natal Urussanga para ver o pai Iraí, além de um time de fãs formado por tios, primos, amigos e vizinhos.
Dar um beijo na avó Edite, de 85 anos, e aproveitar o farto café na companhia da mãe, esposa, filhos e das tias Jurassi e Luiza e a prima Hedite fez valer a rápida passagem por Urussanga.
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– Minha tia Jurassi cuidava de mim quando meus pais saíam para algum lugar. Ela ajudou a cuidar de todos os sobrinhos e sempre os deixava cair no chão por descuido – diverte-se Manduca.
Passear pela rua onde viveu a infância traz boas recordações Caminhar tranquilamente pela rua da casa onde o pai mora atualmente até o sobrado onde a família viveu há mais de 20 anos e hoje ainda residem tios e avó foi uma volta ao passado para o jogador do Apoel. No trajeto de pouco mais de 300 metros, ele relembrou bons momentos da infância.
– Aqui atrás, onde hoje existem essas casas, era o campinho que nós jogávamos bola, era o “campo da baixada”. Nesta loja, do tio Neno e do tio Joca, antigamente era a porta de uma garagem que a gente usava de trave – descreveu, apontando para cada lugar citado.
Manduca se despediu dos familiares e iniciou a viagem de volta para a capital do Chipre. Nos próximos dias, ele se reapresenta ao Apoel e inicia a pré-temporada para disputar um torneio eliminatório em 15 de julho.
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No Chipre, Gustavo Manduca sente-se em casa. Desde que chegou ao Apoel, em 2010, após três temporadas no AEK Atenas, da Grécia, o catarinense só tem o que comemorar ao lado da esposa Juliana e dos filhos Maria Eduarda, de sete anos, Gustavo, de três.
– Nicosia é uma cidade de 300 mil habitantes, supertranquila e que praticamente tem tudo, desde o idioma até a gastronomia e cultura. É muito ligado a Grécia. Como passei três anos em Atenas, então não mudou muita coisa para nós – afirma o jogador.
Para a esposa Juliana, a diferença de Atenas para Nicosia está na tranquilidade.
– A capital da Grécia tem mais de 4 milhões de habitantes, e Nicosia tem 300 mil, é um lugar super-calmo. Uma pena que os gregos passam por uma crise econômica forte – diz Juliana, que nasceu em Lages, mas se criou em Urussanga.
O caso de amor entre Manduca e Juliana é bem antigo. Os dois começaram a namorar quando ele tinha 15 anos e ela 14. Por causa das andanças do jogador pela Europa, o relacionamento à distância parou em 2003, quando Juliana concluiu o curso de Direito e foi morar com Manduca na Finlândia, onde ele atuava pelo HJK Helsink.
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Hoje, no Apoel, o catarinense tem a companhia de vários brasileiros. No time que disputou a Liga dos Campeões da Europa estão também o lateral-esquerdo Willian Boaventura (ex-Cabofriense), o atacante Aílton Almeida (ex-Atlético-MG), o zagueiro Marcelo Oliveira (ex-Grêmio) e o meia Marcinho (ex-São Caetano e Santos). Manduca tem mais um ano e meio de contrato com o Apoel e não se ilude com o sucesso na atual temporada.
– Tem boatos de propostas de outros times, isso sempre teve, mas não me preocupo muito. Fiz uma história legal pela Europa trabalhando discretamente e sempre procurando fazer o melhor. Está tudo muito bem na minha vida – afirma Manduca, que não ambiciona uma convocação para a Seleção Brasileira nem tem planos de voltar ao Brasil a curto prazo.