As filas formadas todos dias em frente ao Centro Público de Atendimento ao Trabalhador (Cepat), em Joinville, mostram que apesar da retomada do emprego na cidade – dona do quarto melhor desempenho no País com 5,5 mil vagas criadas em 2019 – ainda há muita gente na luta por uma vaga. A boa notícia é que somente nesta semana, que hoje celebra o Dia do Trabalhador, estão em jogo cerca de 300 oportunidades no Município.
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O número considera somente as posições divulgadas pelas empresas joinvilenses por meio do sistema público, 20 delas para pessoas com deficiência (PCDs). Tanto as vagas para PCDs quanto de ampla concorrência são para preenchimento imediato e renovam as esperanças de famílias como a da moradora do bairro Ulysses Guimarães, Roseli Prass, de 57 anos.
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Desempregada desde 2014, Roseli conta com a ajuda da família para sustentar a casa e os filhos de 11 e de 16 anos. Andressa Cristina Liceu, a filha mais velha, acompanha a mãe na busca e também nutre o sonho de conquistar o primeiro emprego como jovem aprendiz.
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— Moramos longe e nem sempre temos passe de ônibus para vir até o Centro, então venho quando vejo uma vaga que se encaixa no que estou procurando, na área de limpeza ou como camareira. Por ver que a cidade está retomando seus empregos, tenho esperanças de conseguir. Tem que ter, não posso me desanimar, porque se desanimar é pior — reflete Roseli.
Outro a esperar por uma chance é o imigrante haitiano Jean Samson Pierre, de 34 anos. Ele mudou para o Brasil com a mulher e os três filhos há três anos. Vieram para escapar da situação de escassez que enfrentavam na Venezuela, país de origem da esposa de Jean. Era lá que antes ele se abrigou depois do terremoto que abalou o Haiti.
Antes de vir para Joinville, Jean e a família tentaram morar em Manaus (AM), mas segundo ele, conseguir um emprego por lá estava mais difícil. Por aqui, ele sobrevive de bicos para conseguir colocar comida à mesa.
É complicado ser pai de família e não ter emprego fixo. Todo dia a cabeça dói e fico pensando ( o que fazer). No Haiti eu era professor, estudava Direito, mas aqui ainda não consegui nada. Procuro todos dias, mas falam que não há vagas
Chance de recomeço

Para o joinvilense Cláudio José Dutra, de 59 anos, a procura de mais de três anos foi recompensada na última segunda-feira. Assim como dezenas de pessoas ele enfrentou a fila e assim que foi atendido no Cepat, conseguiu participar de uma entrevista com uma empresa terceirizada por uma indústria joinvilense e saiu de lá empregado.
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Mecânico com experiência de mais de 30 anos na profissão, Cláudio conta que as principais barreiras no período de procura foram a idade e o salário, geralmente acima das ofertas já que anteriormente ele exercia cargo de liderança. Apesar de se tratar de um período de experiência, ele aceitou a proposta e encara a oportunidade como um recomeço.
— Começar do zero será um novo desafio e quero contar justamente com a minha experiência para crescer nesse emprego e quem sabe passar para a liderança em breve — cobiça.
Mercado em movimento
O diretor do Cepat de Joinville, Mário José de Souza Leal, destaca que a demanda e oferta de novos postos de trabalho se renova semanalmente no local devido a constante movimentação do mercado. Todo dia novos empregadores e candidatos surgem à medida em que novas vagas vão sendo preenchidas e disponibilizadas. No ano passado o serviço resultou, em média, em 126 atendimentos por dia.
— Neste ano Joinville é destaque nacional no saldo de empregos e temos visto evolução no nosso setor de empregabilidade. As empresas joinvilenses procuram nos procuram para a divulgação das vagas e nós colocamos o candidato com o perfil adequado àquela posição na porta da empresa sem nenhum custo — aponta Mário.
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Algumas empresas locais fazem as entrevistas em uma sala dentro do próprio centro público e, nos demais casos, os candidatos são encaminhados pelo Cepat para entrevista com o empregador. Além disso, o espaço entrega carteiras de trabalho e de identidade (para idosos e PCDs), insere menores aprendizes no mercado de trabalho e faz habilitações de seguro desemprego. Nos casos que envolvem candidatos PCDs ou imigrantes há atendimento diferenciado por meio de um setor de inclusão.
Segundo dados do órgão municipal, em 2018 foram realizados 46 mil atendimentos de empregabilidade, cidadania, seguro-desemprego, inclusão de PCDs no mercado de trabalho. Além disso foram contabilizadas 1,2 mil captações de vagas junto a empregadores e 7,5 mil encaminhamentos de candidatos aos processos de RH, que resultaram na colocação e recolocação de cerca de 600 trabalhadores no mercado formal.
SERVIÇO
Como verificar as vagas no Cepat?
A relação de vagas é divulgada e atualizada todas as segundas-feiras no site da Prefeitura Municipal de Joinville. As vagas também podem ser acessadas em tempo real no site do Ministério do Trabalho.
Como concorrer a uma vaga, fazer cadastro ou atualizar dados?
É preciso apresentar carteira de trabalho; carteira de identidade; CPF e comprovante de residência, durante o atendimento no Centro Público de Atendimento ao Trabalhador. O Cepat funciona em dias úteis, das 8h às 14h, na Rua Abdon Batista, 342 – Centro.
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