Rodrigo Gral está na boca da torcida da Chapecoense, a líder do Campeonato Catarinense. Na quarta-feira, ele marcou dois gols na vitória por 4 a 1 diante do Avaí e levou os torcedores a gritarem:
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– Rodrigo Gral é matador.
Quando foi substituído por Athos, no final do segundo tempo, recebeu fortes aplausos. Apesar de alguma desconfiança de que estivesse em fim de carreira, pelos 35 anos, Gral chegou na Chapecoense durante a Série C do ano passado e já virou ídolo. Marcou gol no primeiro amistoso contra o Atlético Paranaense, comandou o time na campanha pelo acesso à Série B e comemorou junto com a torcida com a bandeira do clube dizendo:
– Sou Chapecoense!
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O atleta de Chapecó correu o mundo antes de jogar no time de sua infância. Jogou na Seleção Brasileira Sub-20, atuou no Grêmio, Flamengo e países como Japão, Catar e Brunei. Agora curte em sua terra a boa campanha da Chapecoense e os gols marcados na briga pela artilharia do campeonato.
– Lembro de quando você foi para o Grêmio – disse o advogado Marcos Faccio, que o cumprimentou pela vitória contra o Avaí.
Seus filhos, Felipe e Rafael, também cumprimentaram o atacante. Rafael, de 10 anos, frequenta a escolinha da Chapecoense.
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E por onde passa, Gral recebe os cumprimentos.
– Está de parabéns, Rodrigo – grita uma funcionária pública.
Torcedores param para agradecer o jogador pela boa fase do time. Ao lado do irmão Rafael, Rodrigo Gral aproveita os últimos minutos antes da reapresentação do grupo para tomar um tererê, bebida feita com erva-mate e água gelada ou suco. Sobra um tempinho para conferir o novo gramado da Arena Condá, que está em fase final de colocação da grama.
– Vai ficar bom – avalia.
Nas redes sociais, o atacante agradeceu a torcida e recebeu os cumprimentos pelos gols. Alguns lembraram de quando foram colegas de classe do jogador, que foi adolescente para Porto Alegre. A volta para Chapecó tem dado tanta alegria para o jogador que até seus pais estão de mudança de Porto Alegre para a “Capital do Oeste”. Gral está feliz em Chapecó. E a torcida também está feliz com ele.
Confira a entrevista com Rodrigo Gral
“Ainda tenho muita lenha para queimar”
Diário Catarinense _ A que se deve essa boa arrancada no Catarinense?
Rodrigo Gral _ Ao trabalho. Temos um grupo forte, que se conhece desde o ano passado, e uma boa comissão técnica. Além disso, começamos a preparação no dia 26 de dezembro.
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DC _ Com os dois gols contra o Avaí, você entra na briga pela artilharia?
Gral _ Tenho esse objetivo pessoal que é de brigar pela artilharia. Mas, primeiro, vem o objetivo coletivo, que é chegar entre os quatro melhores e brigar pelo título. Eu sempre digo que, se o Nivaldo e a defesa forem os menos vazados, o meio fizer sua parte e o ataque marcar gols, todo mundo ganha.
DC _ Você parece estar correndo bem mais que no ano passado?
Gral _ Nos dois últimos anos não tinha feito uma preparação adequada. O Guilherme (Dias Carli, fisioterapeuta) e o doutor Mendonça (Carlos, médico da Chapecoense) sabem o que eu passei. Ficava três dias sem treinar para poder jogar. O (técnico) Gilmar (Dal Pozzo) foi compreensivo e sua manutenção foi importante para eu ficar. No final do ano fiquei só 10 dias de férias para poder me preparar bem. O Anderson Paixão (preparador físico) corrigiu uma diferença muscular que tinha. Estou me sentindo bem, estou fazendo o que eu gosto. E enquanto sentir que estou rendendo vou continuar. Ainda tenho muita lenha para queimar.
DC _ E o confronto de domingo contra o Figueirense, qual será a postura da Chapecoense?
Gral _ É mais um jogo difícil. Temos que manter o foco, a humildade e a união do time. Não podemos desleixar.
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