Depois de oito operações que revelaram adulteração no leite produzido no Rio Grande do Sul, um detalhe mostra a proporção do problema no Estado. Mauro Rockenbach, promotor responsável pela investigação, encontrou consolo no fato de que a substância encontrada – soda cáustica – não é tão grave quanto a ureia e o formol, adicionados nas outras ocasiões.

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– Basicamente, foram misturados água, soda e alguns outros produtos, que não são tão graves, cancerígenos, para mascarar a adulteração. Mesmo assim é leite impróprio – disse o promotor.

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Laudos realizados por dois laboratórios credenciados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento comprovaram a fraude que consistia em alterar a quantidade, densidade e a acidez elevada do leite, adicionando água, sal, açúcar, amido de milho e até mesmo soda cáustica para mascarar leite azedo.

Nas fases anteriores da Leite Compen$ado, era comum a adição de ureia e formal, substâncias cancerígenas. Porém, a adição de sal também é prejudicial à saúde.

O esquema, na 8º fase, seria liderado pela Transportes Odair Ltda e pela Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Campinas do Sul (Coopasul). Nesta quarta-feira, foram cumpridos seis mandados de prisão preventiva, três medidas cautelares e oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas do Sul, Jacutinga e Quatro Irmãos. Quatro caminhões foram apreendidos. A operação contou com integrantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Receita Estadual e apoio da Brigada Militar.

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O leite adulterado, segundo o promotor, chegava para as indústrias Piracanjuba, que tem mercado em Ijuí, Maravilha (SC) e Chapecó (SC), Tangará Foods, que atende até em São Paulo e Espírito Santo, e Aurora, empresa que fica em Santa Catarina. Uma rede complexa, sendo quase impossível saber até onde a fraude pode chegar.

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*Zero Hora