As despesas do Santander no Brasil cresceram 9,6% em 2012, mas o banco espanhol garante que vai manter investimentos de R$ 3 bilhões em 2013. No ano passado, o maior crescimento dos gastos foi apurado nas despesas administrativas, que totalizaram R$ 8,544 bilhões, montante 11,2% superior ao registrado um ano antes. Mesmo assim, a instituição encerrou 2012 com 572 funcionários a menos que no ano anterior.
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O diretor financeiro do Banco Santander na Espanha, José Antonio Alvarez, não escondeu a frustração com o desempenho macroeconômico brasileiro em 2012. Durante teleconferência com investidores realizada nesta quinta-feira, o executivo disse que o quadro econômico do Brasil foi “substancialmente distinto das expectativas de mercado e do Santander”.
Segundo o balanço do banco apresentado nesta quinta-feira em Madri, o ano passado terminou com expansão abaixo de 10% na carteira de crédito e nos depósitos. Essa desaceleração, porém, foi compartilhada pelos demais concorrentes privados, disse, ao comentar que a desaceleração só não foi vista nos bancos públicos.
– O PIB deve crescer ao redor de 1% e pensávamos que seria mais perto de 3% – disse Alvarez.
Apesar do aumento das despesas, o banco vai manter o mesmo nível de investimentos na unidade brasileira do banco em R$ 3 bilhões, reforçou nesta quinta-feira o presidente da instituição, Marcial Portela.
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– Mantemos a nossa confiança no Brasil. Vamos continuar investindo o mesmo patamar em 2013 dos últimos três anos, de R$ 3 bilhões – reforçou Portela, em coletiva de imprensa para comentar os resultados da instituição em 2012.
Para 2013, a visão do Santander, segundo ele, é positiva e o banco está esperançoso com a robustez do crescimento da economia brasileira. A área econômica da instituição espera que o PIB do Brasil avance 3,1% em 2013 e 3,7% no ano seguinte. A inflação deve ficar em 5,7% e 5,5%, nesta ordem.
A projeção do banco para a Selic é de estabilidade em 2013. Segundo Portela, a queda de juros no ano passado teve um impacto muito importante, mas devido à absorção da indústria financeira, não foi tão negativo.
– A indústria financeira tem absorvido bem este impacto. Os reflexos têm sido positivos”, avaliou ele. Portela também elogiou o sistema regulatório brasileiro, acrescentando que aqui a regulação “não é demais, nem de menos – disse.
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