Os telefones celulares cedidos a 271 servidores da Prefeitura de Joinville tiveram um aumento de gastos, em 2011, de 16,65% em relação a 2010. Ou seja, se em 2010 foram gastos R$ 375,2 mil, no ano passado o custo foi de R$ 437,7 mil apenas com o pagamento das contas telefônicas.
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PDF: como a prefeitura usa os celulares
Entre os motivos para o crescimento da fatura está o fato de que a administração municipal tem 14 contratos diferentes (somando os das administrações direta e indireta), com três operadoras de telefonia distintas.
PDF: comparação entre 2010 e 2011
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Com a conta subindo, o governo fez um estudo para descobrir como diminuir os gastos. A conclusão foi unificar o sistema de telefonia móvel. Até março, a Prefeitura projeta lançar um edital de licitação para a contratação do novo serviço e com isso reduzir os custos do ano passado em pelo menos 28,5%. Caso consiga cumprir o objetivo, a conta diminuiria para menos de R$ 312,96 mil.
– Não sabíamos por que o custo subia. Então, com um estudo, identificamos que cada órgão fazia seu próprio contrato e os custos do minuto de ligação ficaram muito altos -, explica Márcio Cysne, secretário de Administração.
Como exemplo, o secretário cita a Fundamas, que paga R$ 0,69 o minuto de ligação por celular, o mais caro pago por um órgão da Prefeitura. Cidades do mesmo porte de Joinville pagam R$ 0,12. O governo espera reduzir o pagamento do minuto para, no máximo, R$ 0,12 com o novo contrato.
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Por aparelho, a média mensal de gastos foi de R$ 151,53 no ano passado.
A Prefeitura não tem um decreto ou regra clara sobre quem pode ou não utilizar o celular. Há uma diretriz de que os cargos de primeiro escalão (secretários e diretores) e seus imediatos tenham direito a um celular. Os outros celulares são distribuídos entre gerentes, coordenadores ou servidores que possuam tarefas que justifiquem o uso do aparelho.
Como os custos com os gastos de celular estão aumentando ano após ano, a unificação do sistema é vista como estratégia para conseguir uma melhor oferta das operadoras de telefonia na hora de fechar acordo. Além disso, no novo contrato, ao invés de a Prefeitura fornecer os aparelhos celulares, a ideia é licitar apenas chips. O servidor receberia o chip e o colocaria no próprio celular.
– Isso corta custo e faz com que os funcionários não precisem ter que se adaptar com outro aparelho -, alega Cysne.
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Vinte minutos todos os dias
Em média, cada servidor que possui um dos 271 celulares cedidos pela Prefeitura falou 20 minutos por dia em 2011. Ou seja, 2h20 por semana. Somado o tempo diário de uso de todos os funcionários, eles ficaram 5,4 mil minutos em ligações, o mesmo que 3,75 dias.
Mas a conta do tempo no celular, somando o tempo gasto nos dois últimos anos por cada secretaria, ultrapassa os dias e os meses. Os 271 aparelhos da Prefeitura ficaram em ligações o equivalente a sete anos e meio. Isso é o mesmo que 2,7 mil dias ou 91,5 meses.
Os noves aparelhos da Fundema fizeram ligações que, somadas, mostram que os funcionários passaram quatro meses em telefonemas durante os últimos dois anos. É na Fundação do Meio Ambiente, também, que houve o maior gasto de um ano para o outro. Em 2010, o gasto foi de R$ 27,3 mil. Em 2011, foi de R$ 49, 3 mil.
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Na Secretaria de Habitação, que tem dez celulares à disposição, os funcionários da pasta fizeram ligações que equivalem a sete meses em ligações. A pasta é a única que conta com celulares pré-pagos com custo máximo de gastos de R$ 1,8 mil por ano.